domingo, 20 de março de 2016

Je suis Labrego



O editorial do “Diário do Alentejo” desta semana, escrito, como é hábito, pelo seu Diretor Paulo Barriga, tem o título Labregos.
Sem entrar na campo da etimologia, digo-lhe, caro leitor, que também sou Labrego e com muito orgulho!
Mais, subscrevo na íntegra o que Paulo Barriga escreveu!
Um pequeno excerto do editorial que poderá ler na sua totalidade aqui.
«Labregos
(…) Sou freguês de uma aldeia ao redor de Beja, mas pago impostos como paga o patrício da freguesia do Parque das Nações. Pelo que não me parece nada equitativo, fundado e até legítimo que o companheiro de Lisboa desfrute de meia-dúzia de hospitais à escolha carregadinhos de médicos até aos sótãos e, às minhas filhas, nem sequer lhes seja distribuído um simples médico de família. Alabregado, como já o disse, pensava eu que havia falta de médicos em Portugal. Mas não. Não há. Há é falta de médicos no Serviço Nacional de Saúde. O setor privado está muito bem e recomenda-se. E até estamos a exportar boa matéria-prima para os países ricos do norte europeu. A abundância de médicos em Portugal é de tal ordem que, esta semana, a Associação Nacional de Estudantes de Medicina, veio reclamar ao Governo uma redução no número de alunos que anualmente tem acesso à universidade. Dizem que os estudantes e os médicos nas grandes cidades são tantos que até encalham uns nos outros em certas aulas práticas. A imagem até seria cómica, não fosse tão triste o cenário. Há gente neste País que morre por falta de assistência médica e estes lorpas a quem pagamos o curso (meio milhão de euros entre formação básica e especialidade), que estudam nas universidades públicas e que se formam em hospitais do Serviço Nacional de Saúde, sempre às nossas tenças, ainda têm a lata e o despudor de vir fazer exigências cretinas.»




Sem comentários: