sexta-feira, 10 de junho de 2016

Joaninha avoa avoa...


Em 2011 começou a operar o aeroporto de Beja. Após um investimento que rondou os trinta e três milhões de euros provenientes de fundos comunitários e do Orçamento do Estado há unanimidade em que estamos perante um fiasco. Fiasco que se sabia que iria acontecer muito antes do início das obras.
Ninguém, no seu juízo prefeito, tentará vender arcas congeladoras na Gronelândia. Construir um aeroporto em Beja roça (roçou) a loucura. Ou não! Há sempre várias formas de analisar o problema, contudo, o resultado final é sempre o mesmo: o aeroporto de Beja é um enorme fiasco!
Poderiam ter-lhe chamado aeródromo, não parecia tanto mal. Agora aeroporto!? Tenham dó.
Um aeroporto que tenha, em média, um tráfego mensal de passageiros inferior a quarenta mil está condenado ao fracasso. Segundo a ANA entre 2011 e 2014 o aeroporto de Beja teve um tráfego de 6.624 passageiros, não por mês, mas nos três anos em causa. Teve, no mesmo período, um movimento de 245 aeronaves.
Há em Portugal aeródromos com um movimento 20 ou 30 vezes superior a este aeroporto.
Isto são factos, não são ses

Foto & fontes: ANA Aeroportos | Lusa



quarta-feira, 1 de junho de 2016

Quando o amor é cego…


A criança é um ser especial. Há crianças mais especiais que outras e que, por isso, necessitam de uma atenção especial. Ou melhor, necessitam que quem está próximo – pais, educadores – estejam atentos antes que seja tarde de mais.
Sobre isso escreve Sara Cardoso na Start&Go que transcrevo e subscrevo:
«Quando o amor é cego…
Enquanto educadora, ao longo dos anos tenho vindo a deparar-me com cada vez mais crianças com necessidades educativas especiais (NEE). Não sei o que se passa com a nossa sociedade para tal estar a acontecer, mas é uma realidade crescente.
Mas, o que mais me incomoda não é este número significativo de crianças com NEE, mas o tempo que as famílias demoram a assumir as dificuldades e a “meter os pés ao caminho”. Sim, porque mais do que identificar, rotular, catalogar o que a criança tem, o importante é ela ser devidamente acompanhada desde cedo.
Atualmente, há imensas instituições de terapias multidisciplinares que fazem um trabalho de excelência de intervenção precoce junto destas crianças e que veem o fruto do seu trabalho quando há envolvimento e comprometimento por parte das famílias.

Foto: Start&Go
Cada vez mais, são os educadores e professores que têm de alertar para questões para as quais as famílias não estão despertas. E quando não há abertura dos pais, estes refugiam-se nos pediatras, que nem sempre estão atentos a estas questões. Sim, porque também me intriga porque que é que a criança num consultório apenas é vista do ponto de vista fisiológico, quando sabemos a importância do todo: o cognitivo, o social, o emocional.
Também me interrogo porque é que quando uma criança tem uma dor de garganta, ouvido, etc. recorremos logo ao pediatra a fim de diagnosticar e medicar, mas quando apresenta dificuldades na comunicação, regulação ou socialização temos receio de procurar um terapeuta, um psicólogo, um pediatra do desenvolvimento.
Devíamos ver as terapias como um suporte, um apoio no desenvolvimento dos nossos filhos e não como uma marca negativa que evidencia as dificuldades dos mesmos. É importante reconhecer que estas existem para nos ajudarem, e que uma intervenção precoce pode fazer a diferença no futuro dos nossos filhos. Adiar só vai demarcar as dificuldades que se vão acentuando com o passar dos anos. Pais que estão em negação são pais que adiam o sucesso das crianças.
Por isso, não adie a felicidade do seu filho, até porque quanto mais cedo intervir mais e melhores resultados terá, e menos tempo de terapias precisará.»
Sara de Sousa Cardoso
Supervisora Pedagógica da Escola de Pais