segunda-feira, 30 de maio de 2016

Contas de cabeça


No Tribuna Alentejo do passado sábado desafia-nos Carla Santos, doutorada em matemática aplicada e professora no IP Beja, a fazer contas de cabeça ou de papel e lápis com o seguinte problema:

«Há cinco anos, a mãe tinha o quadruplo da idade actual da filha. Daqui a 5 anos, a idade da filha será um terço da idade actual da mãe.
Quais são as idades da mãe e da filha, presentemente?
Solução:
Tomemos como ponto de partida a seguinte tabela:
Mãe, idade atual = x
Mãe, idade há 5 anos = x-5
Mãe, idade daqui a 5 anos = x+5
Filha, idade atual = y
Filha, idade há 5 anos = y-5
Filha, idade daqui a 5 anos = y+5
Os dados do problema:
Há cinco anos a mãe tinha o quadruplo da idade actual da filha
Idade da mãe há 5 anos era x-5 anos

Idade actua da filha é y anos, o seu quádruplo é 4y
Segundo o enunciado x-5=4y
Daqui a 5 anos a idade da filha será um terço da idade actual da mãe.
A idade da filha daqui a 5 anos será y+5 anos.
A idade actual da mãe x anos. Um terço desse valor é x sobre 3.
Segundo o enunciado y +5= x sobre 3, ou seja, 3(y+5)=x
Sabemos então que a idade actual da mãe é 3(y+5), portanto a sua idade há cinco anos seria 3(y+5)-5.
Como sabemos que há cinco anos a mãe tinha o quadruplo da idade actual da filha, temos
4y=3y+15-5
Resolvendo esta equação
4y=3y+15-5
4y-3y=15-5
Y=10
A idade actual da filha é 10 anos
Substituindo o valor de y por 10, na igualdade 3(y+5)=x obtemos
3(10+5)=x
45=x
A idade actual da mãe é 45 anos.»
Fácil, não é?!

  

sábado, 28 de maio de 2016

Crescer com a Natureza


É este o tipo de crescimento com que deveríamos privilegiar as nossas crianças. Bem mais saudável, formativo e barato que o computador, telemóvel ou tablete com que brindamos as nossas crianças, por vezes ainda de tenra idade.
Sobre este tema escreve – e bem, como é seu hábito – a Sara Cardoso na revista Start&Go de abril, que transcrevo:
«Crescer com a natureza
Numa altura em que as tecnologias são o centro das atenções para a maioria das crianças, é emergente que os pais criem outras oportunidades educativas ricas em experiências sensoriais que permitam às crianças desligarem-se do mundo virtual e entrarem em contacto com a natureza.
Estar ao ar livre é extremamente entusiasmante para as crianças e é também muito importante para o seu desenvolvimento, uma vez que a natureza lhe proporciona um número ilimitado de brincadeiras e lhes permite aprender ativamente, isto é, explorando, descobrindo, inventando e resolvendo problemas.
A natureza estimula os sentidos, uma vez que a criança tem contacto com diversos tipos de cheiros sons, cores e texturas.
Desenvolve ainda, o potencial criativo da criança, ao favorecer a atenção, a contemplação, as sensações e emoções.
É importante mostrar à criança a beleza das pequenas coisas da vida, fazê-la encantar-se com o chilrear dos pássaros, com os brilhos da montanha. Muitos são os artistas que se inspiram nos cheiros e sons da natureza, pois ela faz realçar a sensibilidade que reside em todos nós.
Foto: revista Pais&Filhos
Crianças que crescem na natureza têm também boas capacidades físico-motoras, têm mais consciência do seu corpo e do espaço que as rodeia. O contacto com a natureza ajuda a diminuir a hiperatividade e outras perturbações do comportamento, pois estudos revelam que entre os benefícios do contacto com o verde estão expansão das atividades do cérebro, criação de novas redes neurais e o aumento das conexões entre os neurónios.
A criança não se desenvolve bem numa bolha sem vida, sem Mundo. Bons pais mostram o Mundo às crianças, permitem-lhes explorar o melhor que a vida tem: caminhar na relva descalços, rebolar nas dunas de areia, mexer na terra húmida, sentir a chuva no rosto, saltar em poças de lama, ouvir os grilos ao entardecer, trincar uma maçã acabada de colher, beber água duma fonte, correr num campo de trigo, trepar uma árvore, brincar na neve, etc... Estas e outras experiências permitem às crianças aprofundar os seus conhecimentos sobre o mundo, fortalecer o seu sistema imunológico e estreitar laços familiares.
Crie experiências significativas, invista em tempo de qualidade com os seus filhos e colherá bons frutos. A vida é feita de momentos, alguns são esquecidos pelo tempo, outros ficam e perduram na nossa memória e fazem de nós o que somos.»

Sara de Sousa Cardoso
Supervisora Pedagógica da Escola de Pais
Start&Go ABR2016

 

sexta-feira, 27 de maio de 2016

Lição de Grandeza


O Diário do Alentejo de hoje republica excertos de duas entrevistas dadas a este jornal por Leonel Cameirinha, falecido na semana passada.
À pergunta “Se fosse eleito primeiro-ministro qual seria a medida que punha imediatamente em marcha em Portugal?” respondeu Leonel Cameirinha, singelamente, “É difícil responder. Eu era empresário e tive muito êxito como empresário. Para os negócios e para as minhas empresas eu chegava muito bem, agora para analisar os aspetos das prioridades de um país é outra coisa...”.
Todos nós temos soluções para tudo, em especial para aquilo que não estamos vocacionados. Só alguns nunca perdem a noção do ridículo. Leonel António Cameirinha era um daqueles que não perdia a noção do ridículo e não tinha pejo em reconhecer o seu «não saber», como na resposta acima dada.
É, sem dúvida, uma lição de grandeza.
  
Foto: José Serrano

 

sábado, 14 de maio de 2016

Quadradura da roda


Não é todos os dias que podemos ver isto, uma roda quadrada! Por norma é expetável que quando olhamos para uma roda de avião – ou outra qualquer – a vejamos redonda, quadrada nunca.
No entanto foi assim que aterrou em Heathrow (UK) o Airbus A380-800 com o registo G-XLEB da British Airways proveniente de Hong Kong (China) no passado dia 05 de maio.
Os pilotos verificaram que havia perda de pressão num dos 22 pneumáticos após a descolagem, mas optaram por continuar o voo para Londres informando os controladores aéreos ingleses que necessitavam de medidas de segurança suplementares para uma aterragem em segurança.
A aterragem ocorreu sem qualquer sobressalto na pista 09L de Heathrow. 

Foto & fonte: Aviation Herald

 
 

sexta-feira, 13 de maio de 2016

Sexta-feira, 13. Sorte ou azar?


Há quem diga que a má reputação da sexta-feira 13 vem da Sexta-feira Santa, o dia da crucificação de Jesus Cristo. Isto porque, na Última Ceia de Cristo eram treze que estavam sentados à mesa. A nossa cultura tem uma predileção pelo número doze (doze meses, doze horas, etc), o treze é Judas, daí, 13 e sexta-feira em conjunto “cheirarem” a traição, a azar.
Para muitos outros o número treze é número de sorte.
Há até quem diga que a sorte não cai do céu, procura-se!
Um verso de Eneida de Virgílio, diz “Audaces Fortuna Juvat”, i.e., “A Sorte Protege os Audazes, lema adotado pelo Regimento de Comandos da Amadora.
Fonte: Le Figaro


 

segunda-feira, 9 de maio de 2016

domingo, 8 de maio de 2016

O Amor e o Ódio


Vítor Encarnação escreve na sua crónica “nada mais havendo a acrescentar…” no Diário do Alentejo desta semana sobre a dicotomia “Amor – Ódio”.
Com a devida vénia, transcrevo:
«O amor e o ódio
O amor e o ódio são gémeos verdadeiros que vivem abraçados um ao outro. Enquanto o primeiro vive o outro faz-se de morto, esconde-se num sítio escuro, anicha-se na penumbra dos ácidos e das amarguras e por ali fica, às vezes uma vida inteira sem se dar por ele, outras vezes basta uma insatisfação, um capricho não satisfeito e eis que ele mata o amor, inapelavelmente, com uma facada nas costas. Mas primeiro é o amor, primeiro é o absoluto encantamento, primeiro é essa coisa maior do que o mundo, maior do que a vida. Haja pele e carne e olhos e mãos para ver, para tocar, para ter. O problema do amor comum é esse, o problema do amor comum é que gosta de ter, espera sempre mais do que dá, gosta de ser amo do próprio amor. O amor tem um molde onde o outro tem de encaixar para que tudo seja perfeito. E quando esse molde não se preenche, quando o egoísmo assoma à boca e ao pensamento, o amor dá lugar ao seu irmão gémeo. E então o ódio sai das catacumbas que as pessoas trazem no peito, rasga as memórias e os beijos e a eternidade e as promessas e o casamento e os filhos e o mundo e a vida toda e grita uma intensa e cega raiva. Só que enquanto o ódio vive, o amor morre mesmo. Para sempre. E se não morrer, nunca mais será verdadeiro.»
Vítor Encarnação in DA 1776 (II Série) | 06 maio 2016

  

sábado, 7 de maio de 2016

Público vs Privado


Num Estado democrático deverá existir sempre um serviço público em áreas vitais para permitir àqueles que têm menos recursos terem acesso a determinados serviços ou atividades. Em Portugal, a Constituição da República obriga o Estado a assegurar diferentes serviços públicos, desde aqueles que se referem a áreas de soberania do Estado - defesa, segurança e justiça - à prestação de cuidados de saúde, segurança social, disponibilização de escolas e até o próprio serviço de rádio e televisão. A qualidade de vida das pessoas, em especial das mais desfavorecidas, exige ainda que se garanta a prestação universal de certos serviços básicos, como energia, transportes e telecomunicações, seja a cargo dos próprios poderes públicos, seja por empresas privadas que se obrigam a fornecê-los. Os serviços públicos constituem um elemento essencial do Estado social e do modelo social europeu.
Quando o Estado – por rotura, incompetência ou outro motivo – não consegue assegurar esses serviços ou atividades, deve recorrer ao setor privado, pagando, obviamente, por esses serviços ou atividades prestados.
Julgo que este princípio é pacífico.
O que não é pacífico – é brutal, até! (em minha opinião) – é que setores privados exijam que o Estado pague ou subsidie a sua atividade normal. Porquê?!
Vem esta minha interrogação a propósito da cruzada agora em voga do ensino privado.