terça-feira, 30 de novembro de 2010

O Post do Mês de NOVEMBRO

 
O post que elegemos como o melhor deste mês é uma lição.
Escrito por um professor, Nuno Ferrão de seu nome.
Vale a pena visitar este blogue porque aprendemos sempre em cada visita que fazemos.
Cinco Estrelas!

GREVE GERAL – REFLEXÕES EM TORNO DAS MOTIVAÇÕES DAS GREVES DO PASSADO E DO PRESENTE – A JORNADA DE LUTA DE 24 DE NOVEMBRO DE 2010

A Greve é um acto de suspensão do trabalho com o objectivo dos trabalhadores reivindicarem exigências profissionais de melhoria das suas condições remuneratórias ou de prestação dos seus trabalhos em contexto de maior dignidade ou, eventualmente, um protesto perante a perda de benefícios. A Greve está ligada à liberdade sindical e é um Direito fundamental dos trabalhadores consagrado na Constituição Portuguesa de 1976, que repôs os Direitos de Organização Sindical, e importa trazer à memória colectiva que a Ditadura Militar e o Estado Novo proibiram as Greves, com Legislação específica, nos anos de 1927, 1934 e 1958.
Historicamente, o Direito à Greve aparece em Portugal na segunda metade do século XIX, com as Leis de 1864 e de 1891 que permitiram uma maior agitação social no fim do século XIX e no início do século XX. Os socialistas José Fontana, Antero de Quental e Azedo Gneco foram grandes propulsores dos Direitos dos Trabalhadores e desta peculiar forma de luta.
Com efeito, teve particular importância a Greve Académica de 1907 que permitiu ao rei D. Carlos transformar o governo Constitucional de João Franco em governo Ditatorial, o que potenciou o crescente descontentamento da população portuguesa com o regime Monárquico que o levou a resvalar no abismo auto sacrificial. Com a instauração do regime Republicano, a Greve foi consagrada como um Direito, logo em 1910, e no período da I República o país assistiu incrédulo a um turbilhão grevista com mais de meio milhar de Greves em cerca de 16 anos (1910-1926).
A Greve assume-se como a forma mais expressiva da luta sindical. Contudo, as Greves devem partir da consciência crítica e reflexiva dos trabalhadores que devem usar desse expediente de protesto com parcimónia, porque estas devem configurar nas suas motivações reivindicações de ordem profissional e não, unicamente, constituir arremedos de propaganda político-partidária, mas, nos dias de hoje, importa também ter uma linha de pensamento que corresponda a uma cidadania Global que tenha por referência os quadros conjunturais e estruturais em que nos movemos.
Esta Greve Geral é uma acção de âmbito nacional, abrangendo múltiplos sectores de actividade, subscrita pelas duas Centrais Sindicais Portuguesas, a CGPT-IN e a UGT, que apresentaram um pré-aviso de Greve com a devida antecedência.
A França tem estado historicamente na vanguarda dos movimentos da cidadania contemporânea ao afirmar-se, ao longo do tempo, como uma nação decisiva para as mudanças da mentalidade e das estruturas sociais. Basta recordar os protestos populares da Revolução Francesa, iniciada em 1789, as contestações em Paris no mês de Maio de 1968 e a dinâmica das Manifestações, neste mesmo país, em 2010, contra o aumento da idade da Reforma e as medidas de austeridade, promovidas no contexto da crise económica, decorrentes do ambiente de declínio demográfico Europeu, da anunciada falência do Estado-Providência e dos Programas de Estabilidade e Crescimento apresentados pelas instâncias comunitárias da UE como soluções para acudir a estes problemas do Velho Continente.
Esta estratégia delineada, pelos líderes Europeus, de encurtamento da abrangência das Políticas Sociais tornará a vida, das classes médias e das camadas populares, mais difícil com o congelamento das carreiras do sector público, a redução de salários, o aumento dos impostos e a precarização dos trabalhos e o crescimento exponencial do contingente de desempregados resultantes da formação de oligopólios.
Estes problemas portugueses e europeus estão, suficientemente, diagnosticados[1], contudo cumpre conceber um novo paradigma Civilizacional[2], de base Humanista, que permita superar os inúmeros paradoxos que tolhem as sociedades europeias no contexto da Globalização desregrada e dum sistema financeiro, motivado pelos mecanismos especulativos, separado das actividades produtivas da economia real. Como nos diz o pensamento, bem clarividente, de Vitorino Magalhães Godinho temos de ultrapassar a economia de consumo de produtos, cada vez mais evanescentes, para que as famílias e os Estados não se endividem mais e para que haja capacidade de poupança individual e colectiva. No entanto, convém mudar de paradigma, no sentido de libertar a economia, os Estados e os cidadãos do controlo dos oligopólios e deste sistema financeiro pouco atreito aos juízos Éticos.
Em suma, todos os funcionários públicos terão uma redução do salário real no próximo ano, mais ou menos significativa, na pátria de Guerra Junqueiro. Com base neste pressuposto, esta Greve Geral de 24 de Novembro de 2010 representa um gesto inequívoco de indignação democrática contra esta estratégia que não resolve os problemas de fundo, de Portugal e da Europa, que Vitorino Magalhães Godinho tão bem nos escalpeliza nesse lúcido ensaio já citado.

[1] A nova Primavera do político, org. Michel Wieviorka, Lisboa, Editora Guerra e Paz/Fundação Calouste Gulbenkian, 2007 e Bento XVI, Caridade na Verdade – carta encíclica, Lisboa, Edições Paulinas, 2009.

[2] Mário Soares, Elogio da política, Lisboa, Sextante Editora, 2009 e Vitorino Magalhães Godinho, Os problemas de Portugal – Os problemas da Europa, Lisboa, Edições Colibri, 2010.

Publicado por Nuno Sotto Mayor Ferrão em 23/11/2010 
    

domingo, 28 de novembro de 2010

O Ofício de Leitura

 
O Ofício da Leitura visa proporcionar ao povo, e muito especialmente àqueles que de modo peculiar estão consagrados ao Senhor, uma meditação mais rica da Sagrada Escritura e das mais belas páginas dos autores espirituais.
Embora as leituras que hoje se fazem na Missa, todos os dias, formem já um ciclo bastante completo dos textos bíblicos, todavia, o tesouro da revelação e da tradição contido no Ofício de Leitura pode ser de grande proveito espiritual.
São os sacerdotes os primeiros que devem procurar aproveitar-se destas riquezas, de modo que, recebendo eles mesmos a palavra de Deus, a possam dispensar a todos e façam do seu ensino “alimento do povo de Deus”.
Descida de Cristo ao Limbo
Cappella Spagnuolo, Santa Maria Novella, Florença
A leitura da Escritura sagrada deve ser acompanhada da oração, para que seja um diálogo entre Deus e o homem: “a Ele falamos quando oramos, a Ele ouvimos quando lemos os divinos oráculos”. E é por isso que o Ofício de Leitura se compõe também de salmos, hino, oração e outras fórmulas, que lhe dão um carácter de verdadeira oração.
Segundo a Constituição Sacrosanctum Concilium, o Ofício da Leitura, “embora, quando recitado no coro, conserve o seu carácter de louvor nocturno, deve ser reformado no sentido de se poder recitar a qualquer hora do dia; o número dos salmos deve também ser reduzido, e as leituras mais longas”.
Neste sentido, aqueles que por direito particular estão obrigados a manter este Ofício com o seu carácter de louvor nocturno, ou aqueles que louvavelmente assim o queiram fazer, quer o recitem de noite quer de madrugada, antes de Laudes, devem escolher, no Tempo Comum, o hino dentro da série destinada a este fim.
 

sábado, 27 de novembro de 2010

Direito à Indignação

 
A DECO está a efectuar uma petição contra a espoliação que a EDP nos está a fazer na factura que mensalmente nos apresenta. Caso concorde com a petição, subscreva-a. Eu já subscrevi.

Texto da DECO:

Em 2011, a factura da electricidade irá pesar mais no orçamento dos consumidores. Face ao clima de crise e às fortes medidas de austeridade do Governo, qualquer acréscimo num serviço público essencial é difícil de suportar pelas famílias.
Em Outubro, a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos propôs um aumento, em média, de 3,8 por cento. Na factura de electricidade, a parcela dos “Custos de Interesse Geral” resulta de opções políticas e medidas legislativas. O seu crescimento tem sido constante e exponencial. Prevê-se, em 2011, algo como 2,5 mil milhões de euros, um aumento de mais de 30% face a 2010. Trata-se de custos acrescidos, alguns sem relação directa com a produção e distribuição de energia eléctrica. É indispensável e urgente repensar a política de taxas e sobrecustos que recai nas nossas facturas. A DECO alerta há muito para a situação e exige medidas para uma adequada sustentabilidade do sector eléctrico e protecção dos interesses dos consumidores.
Na factura dos consumidores, em 2010, 31% traduzem os custos de produção de energia e 27% o uso das redes que conduzem a electricidade até nossas casas. A componente mais pesada, os “Custos de Interesse Geral” (42%), inclui verbas, entre outras, como o fomento às renováveis, rendas aos municípios e a amortização do défice tarifário. Há ainda a acrescentar os Custos para a Manutenção do Equilíbrio Contratual e os Contratos de Aquisição de Energia.
Segundo a DECO, o Governo deveria aplicar medidas para restabelecer um equilíbrio mais justo na formação do preço a pagar por 6 milhões de consumidores. É possível, de forma progressiva, reduzir em várias áreas: energias renováveis, custos para a manutenção do equilíbrio contratual, renda dos municípios, contratos de aquisição de energia eléctrica, renda dos terrenos e garantia de potência, entre outros. A DECO simulou o impacto de uma diminuição de 10% nas rubricas dos custos de interesse geral e concluiu que, em vez de depararmos com a proposta de aumento para 2011, tal levaria a uma redução nos preços próxima de 5 por cento.
Se nada for feito, as más perspectivas serão agravadas, em 2012, com aumentos insuportáveis do ponto de vista social, muito provavelmente superiores a 10 por cento.
Contra extras na electricidade, junte-se à nossa causa e subscreva a petição.
 

A morte saiu à rua...

 
Não que não fosse hábito ela andar na rua.
Ela sempre andou.
Mas não com tanto alarido.
Não com tanta força.
Não com tanta violência.
A morte também é violenta quando quer.
Ou será que são os vivos que a querem fazer violenta?!


Rio de Janeiro, 23/11/2010

Na passada semana estive no Brasil.
Não no Rio, mas em Salvador (Bahia) onde fui visitar a minha filha caçula que por lá estuda.
Salvador é também uma metrópole flagelada pela favelização.
Não tanto quanto SP ou Rio (a dimensão da urbe é bastante menor), mas as desigualdades sociais são evidentes.
Diz o povo – e com razão – depressa e bem não há quem.
Como tal não se pode exigir ao Brasil que termine com as favelas de um dia para o outro. Tipo, por decreto-lei.
Aqui nos Estados Unidos elas ainda existem.
Os bairros de lata (favelas ou bidonville) a muito custo e lentamente têm desaparecido das cidades da Europa 'rica'. Mas ainda há 'ilhas'. Com o agravar da crise económica o risco das ilhas se tornarem continentes não é desprezível.
Tenho a certa que um dia o Brasil vai conseguir terminar com as favelas e favelados. Tem riqueza material e humana de sobra para isso.
 

domingo, 21 de novembro de 2010

Aparições de Fátima – Centenário

 
- Jornada Nacional no Centro Pastoral Paulo VI
A data está definida e a iniciativa é aberta à participação de todos. O início da comemoração do centenário das aparições está agendado para a tarde do dia 1 de Dezembro. O Santuário de Fátima prepara uma tarde solene e de festa para marcar o momento inicial de sete anos de caminhada, até 2017.
Esta será a primeira de um conjunto de iniciativas que o Santuário propõe para assinalar, “um acontecimento marcante para a vida e para a fé dos cristãos, para Portugal e para o Mundo”, nas palavras do Reitor da instituição.
“Esta jornada é especialmente dirigida aos presidentes e colaboradores nas celebrações do Santuário, organizadores de peregrinações, padres, comunidades religiosas de Fátima, colégios de Fátima, guias de turismo, jornalistas, entidades civis e militares da região, e todos aqueles que de algum modo possam ter intervenção na transmissão da palavra aos peregrinos, turistas e visitantes do Santuário de Fátima”, informa o Reitor, Padre Virgílio Antunes.
“É nosso desejo que haja uma grande sintonia na palavra a transmitir, tendo em vista o envolvimento de todos os peregrinos, e mesmo de todos os crentes de Portugal, neste grande projecto do centenário das aparições de Fátima”, sublinha o Reitor..
Em dia de feriado nacional em Portugal, para permitir a participação de todos os interessados, será apresentado o itinerário temático para o septenário, elaborado por uma comissão teológica, a partir das Memórias da Irmã Lúcia.

Programa:

14:00 - Abertura da exposição sobre as aparições do Anjo, na sala ao lado da capela do Lausperene, na Igreja da Santíssima Trindade.
14:45 - Momento musical, no Centro Pastoral Paulo VI.
          - Apresentação do programa da jornada.
          - Apresentação de novo volume da Documentação Crítica de Fátima (volume V, tomo 2).

15:00 - Palavra do Bispo de Leiria-Fátima.
15:30 - Apresentação do programa do Centenário das Aparições e do tema do ano pastoral de 2010-2011, pelo Reitor do Santuário.
16:00 - Intervalo.
16:30 - Conferência sobre o tema do ano pastoral, pelo Doutor João Duque.
17:30 - Alocução final, pelo Cardeal Patriarca de Lisboa.
          - Momento musical.

Texto publicado no portal Fátima
  

sábado, 20 de novembro de 2010

Rodinhas no Ar

 
É preciso ter os pés bem assentes na terra, diz o povo ao leviano.
Com leviandade se faz um porto onde não há mar nem navios que lá queiram ir pass(e)ar.
Com leviandade se faz um aeroporto onde os aviões se recusam a poisar.
Um dia houve alguém que teve uma brilhante ideia: construir, converter ou adaptar (uma base aérea) em aeroporto.
Beja, Base Aérea nº 11, foi o alvo dessa brilhante mente.
Adaptou-se uma estrutura militar aérea a um aeroporto civil.
Está pronto.
O governo previa a inauguração (antes do início das obras) para o ano de 2008.
Por motivos de vária ordem adiou-se para Setembro de 2009.
Houve quem dissesse que seria em meados de 2010.
Hoje, com medo do ridículo, já ninguém aponta datas.
Os aviões continuam a sobrevoar Beja, mas recusam a colocar as rodinhas na pista. Excepção... por enquanto aos aviões militares.
Até quando?

domingo, 14 de novembro de 2010

Laudes Matutinas e Vésperas IV

 
A leitura breve é variável conforme o dia, o tempo litúrgico ou a festa. Há-de ser lida e escutada como verdadeira proclamação da palavra de Deus, na qual se propõe, de uma forma incisiva, um pensamento sagrado e é posta em relevo alguma frase mais breve que na leitura contínua da Sagrada Escritura passaria despercebida.
As leituras breves variam para cada dia do ciclo dos salmos.
Em vez da leitura breve, pode-se escolher, mormente na celebração com o povo, uma leitura bíblica mais longa tirada quer do Ofício da Leitura quer das leituras da Missa, devendo-se escolher de preferência aqueles textos que, por qualquer razão, não tenham podido ser lidos.
Na celebração com o povo, se parecer bem, pode-se ajuntar uma breve homilia, de comentário à leitura precedente.
Após a leitura ou a homilia, se for oportuno, pode-se guardar um momento de silêncio.
Como resposta à palavra de Deus, segue-se um canto responsorial, que eventualmente se pode omitir.
Também pode ser substituído por outro canto de função e características idênticas, desde que esteja devidamente aprovado pela Conferência Episcopal.
 

sábado, 13 de novembro de 2010

O Miúdo

 
Costumava ficar na loja, durante o almoço, para que o pai e o irmão pudessem ir a casa comer.
As aulas da tarde começavam às três e embora tivesse só onze anos o pai confiava nele:
- Nasceu para isto dizia à mãe com orgulho, a desfazer-lhe o ombro numa palmada satisfeita, o raio do miúdo nasceu para isto.
Era uma loja pequena, uma papelaria, os clientes moravam no bairro, tratavam-no por tu, conhecia-os todos, sabia mexer na caixa, sabia o preço das coisas, e mesmo os estranhos, tão raros, gostavam de ser atendidos por ele. A maior parte do tempo, aliás, não atendia ninguém: lia revistas aos quadradinhos ou essas, de modelos, tão diferentes da mãe, magras, bonitas e quase sem roupa, que namoravam jogadores de futebol ou atores de novela, de peito ao léu e ele pasmado. Eram duas e meia, no relógio hexagonal por cima do tabaco e dos isqueiros de plástico, o pai e o irmão deviam estar a chegar, guardou os modelos na pilha dos modelos...

António Lobo Antunes in Visão no dia de S. Martinho

Leia o resto desta excelente crónica aqui
 

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Futebol em Quintos

 
Recebi hoje no meu e-mail um aviso surpreendente por parte do Google. Existe um novo blogue sobre Quintos. Mais concretamente um blogue sobre o futebol em Quintos.
Desconheço quem seja o seu autor, mas tenho o dever e obrigação de o divulgar.
Uma aldeia tão pequena e com dois blogues é de louvar.
Seja bem-vindo Futebol em Quintos!
Visitei esta manhã o blogue, está a dar os primeiros passos, com uma periodicidade algo incerta, mas estou seguro que em breve entrará em velocidade de cruzeiro e com publicações regulares.
Vou continuar a seguir este blogue e pedindo aos nossos leitores que passem também pelo Futebol em Quintos.
Acompanhe o futebol do Quintos assistindo aos seus jogos ou, não o podendo fazer, - é o meu caso - acompanhe-o no seu blogue.
 

domingo, 7 de novembro de 2010

Jornada Sobre Jacinta

 
Iniciam-se no próximo dia 19, no Santuário de Fátima, as Jornadas de reflexão sobre a vida e testemunho de Jacinta.
É do portal FÁTIMA que retirámos este texto assim como o programa ao lado.
Se puder, não deixe de participar.

Movimento Mensagem de Fátima

Clique para ampliar
Nos dias 19 a 21 de Novembro, o Movimento da Mensagem de Fátima (MMF) realiza, na Casa de Nossa Senhora das Dores, no Santuário de Fátima, umas jornadas de reflexão sobre a vida e testemunho da beata Jacinta Marto.
O P. Francisco Senra Coelho, do secretariado diocesano do MMF de Évora, apresenta uma conferência sobre “O amor da Jacinta à Igreja na pessoa do Santo Padre”.

Os outros temas, abaixo indicados, são apresentados pelo P. Dário Pedroso, jesuíta:
  • “Jacinta, a vítima oferecida com Jesus”
  • “Jacinta, um coração em amor”
  • “Jacinta e o mistério do mundo pecador”
  • “Jacinta, pura de corpo e de alma”
Podem participar os mensageiros, principalmente os responsáveis a nível paroquial, diocesano e nacional.
 

sábado, 6 de novembro de 2010

Ser Responsável

 
Não vou entrar no campo meramente técnico-jurídico.
Não tenho formação nem saber nessa matéria.
Mas sei – tão bem quanto sei que 2+2=4 – que os políticos agem por vezes mal porque sabem que são inimputáveis. Comportam-se irresponsavelmente.
Não estou a falar dos políticos portugueses. Nem tão pouco do actual primeiro-ministro português.
Este comportamento é comum em todos os países. Ditatoriais ou democratas.
Governe com moderação. Seja responsável.
Não revelam o mínimo de pudor quando praticam uma rotação de 180º em relação não só ao esperado, como ao prometido!  São descarados. Demasiado descarados.
Parafraseando a Drª S Maria na sua mensagem de O Melhor de OUTUBRO, estes políticos causam urticária.
O Dr. Pedro Passos Coelho tem o meu total apoio quando afirma que os políticos têm que passar a ser civil e criminalmente responsáveis pelos seus actos. Só espero que o Dr. Passos Coelho, uma vez no governo, não faça uma rotação de 180º nesta matéria.
Dirão alguns: «Com esta medida os mais válidos deixarão de querer estar em lugares públicos por medo de errar».
Outros dirão: «Oxalá que esses “mais válidos” se afastem definitivamente da política para bem da Humanidade».
Eu faço parte deste último grupo.
 

O Merceeiro Apaixonado

 
Um merceeiro amava ardentemente uma mulher e enviava-lhe mensagens por intermédio de uma criada.

Disse à criada:

 - “Estou assim e assado, de cabeça perdida, o meu coração foi roubado por uma lua sem igual, ardo, o sono abandonou as minhas noites, já não como, sofro mil dores cruéis, ontem à noite estive em tal estado, a noite anterior em tal outro” …

E assim por diante.

A criada ouviu-o, depois foi ter com a patroa e disse-lhe:

- O merceeiro manda-te cumprimentos. Quer dormir contigo.

- Ele disse isso, assim, friamente? - perguntou a mulher.

- Não, fartou-se de contar histórias. Mas o essencial é isso.
 
 
Jean-Claude Carrière in “Tertúlia de Mentirosos”

 
 

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

A Morte

 
A morte!
Uma realidade dramática que intercepta, inevitavelmente, a existência humana. Porventura, um problema iniludível que a todo o ser humano se põe.
“Porque procurais entre os mortos Aquele que está vivo?”
Parece absurdo desaparecer como coisa inútil, depois de vivermos tão agarrados à vida. Este arrancar violentamente à vida, este expulsar definitivo da vida, o término vital do nosso corpo, provocado pela Morte, é para muitos um drama, o aniquilamento total do ser. Daí que estejam convencidos de que com a Morte, como a finitude da vida, tudo acabou até ao total desaparecimento e esquecimento no diluir do tempo.
Os Cristãos, que crêem na Vida para além da Morte, embora sentindo a profundíssima tristeza da separação física dos seus entes queridos, porque são humanos, têm outra visão mais clara sobre o mistério da Morte e, na esperança, aguardam o seu encontro com os que já ultrapassaram os umbrais da Eternidade e se encontram agora no seio de Deus. Porque a Morte é a passagem da Terra para o Céu, do finito para o infinito, do mortal para a imortalidade.
Com a Sua Morte e Ressurreição, Jesus Cristo revelou-nos que também morremos mas havemos de ressuscitar.
Confiantes na Sua Palavra: “Eu sou a Ressurreição e a Vida, quem crê em Mim não morrerá” (Jo 11,25) fica-nos a certeza de que é morrendo que se nasce para a Vida Eterna.
Esta é a nossa fé, esta é a nossa esperança, esta é a Verdade!

Diácono José Rosa Costa in O Sino, Boletim Paroquial de Quintos, Novembro 2010
 

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Romagem ao Cemitério

 
Neste mês de Novembro os nossos Cemitérios que, noutros meses do ano são menos frequentados, povoam-se de familiares e amigos dos que lá dormem o sono da paz até à ressurreição gloriosa.
Há sempre um ramo de flores e uma vela acesa à cabeceira das suas sepulturas num gesto de saudade que deixaram.
É humana esta atitude, porque temos sentimentos e a sua partida foi um choque.
Mas mais do que as flores que hão-de murchar e as velas que se apagarão e que sentimentalmente depositamos sobre as suas sepulturas, têm mais efeito redentor as nossas orações e a nossa esmola que permanecerão para sempre.
É justo e salutar rezar pelos que partem – diz a Sagrada Escritura.
Então, não só no mês de Novembro, mas todos os dias devemos rezar por aqueles que Deus já chamou mesmo que ponhamos uma flor ou uma vela nas suas campas.

Diácono José Rosa Costa in O Sino, Boletim Paroquial de Quintos, Novembro 2010