terça-feira, 1 de abril de 2014

O inverno em abril

  
Há quem gostasse de estar com tempo primaveril – atendendo à época do ano – mas não está. Está em pleno inverno. Outros há que, lamentando o tempo que faz, não estranham este inverno em abril, é sua sina o inverno começar a 21 de dezembro e terminar a 20 de dezembro.
Vem isto a prepósito da indignação que anda por aí, na moda.
Quem são estes indignados?
São, como se dizia nos meus tempos de jovem, os burgueses.
É uma classe média (baixa, média, alta, é indiferente) que vê mexerem nos seus rendimentos, nos seus privilégios. E não gosta.
Enquanto o estado roubava os que pouco ou nada tinham, ainda vá. Publicamente diziam que estava mal, mas na hora da verdade (eleições) votavam nos que sabiam defender a Sua Classe.
Imagem tirada daqui
Agora as coisas estão a complicar-se e eles estão dispostos a morder na mão que lhes tem dado de comer.
Como?
Votando à esquerda?
Jamais!
As portas da extrema direita estão escancaradas.
Contrariando a vontade do Poeta, as portas que Abril abriu há muito que foram encerradas. E entaipadas.
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Quando disse que estas manifestações de indignação são moda não me referia apenas aos betinhos nacionais que de iPhone ou iPad em punho convocam manifestações como se homens de luta se tratassem. Elas acontecem também em Espanha, no Egito, na Líbia ou na Ucrânia. Há uma componente que é comum em todas elas: o ideal de extrema direita ou nazista nalguns casos.
É uma nova era, um novo poder que está a nascer.