quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Ano Pastoral 2012/2013

 
Para o próximo ano pastoral - 2012/2013 - na Diocese de Beja, transcrevemos, com a devida vénia, a nota informativa emanada pelo Senhor Bispo de Beja, D. António Vitalino Dantas.
 
Devido a várias complicações, não foram publicadas as nomeações e transferências possíveis em tempo oportuno, como nos anos transatos, pelo que peço desculpa e compreensão aos membros do clero e comunidades implicadas. Neste momento ainda há alguns assuntos a esclarecer e resolver, mas passo a comunicar o que está decidido.
O Padre João Paulo Bernardino vai assumir a paróquia de Milfontes e a assistência espiritual no Instituto de Nossa Senhora de Fátima e dar algumas aulas de EMRC no Colégio de Nossa Senhora da Graça. A tomada de posse será a 9 de setembro, na missa paroquial das 11,00 horas.
O Padre Francisco de Sales Teixeira vai assumir as paróquias de Alvalade e Ermidas e colaborar no projeto da missão. A tomada de posse será a 16 de setembro, 17.00 horas, em Ermidas-Sado, seguindo-se um lanche na feira medieval de Alvalade.
Para Mértola, em vez do Pe. João Inácio Carreira Mónico, CSSP, virá outro padre espiritano em fins de outubro, que será nomeado in solidum com o Pe. António Luís Marques de Sousa, CSSP.
A comunidade de Santiago do Cacém  vai assumir também a paróquia de S. Francisco da Serra.
O Padre João Paulo Quelhas Domingues assumirá temporariamente a administração paroquial de Alvito, Vila Nova da Baronia e Odivelas, a partir do dia 9 de setembro.
O Padre Dário irá estudar para o Algarve durante dois anos e ajudará na pastoral do Algarve.
Em princípios de setembro chega à diocese um membro do instituto dos missionários xaverianos, da Colômbia, mas a trabalhar no Equador, o Padre Carlos Hernan Sepúlveda Escobar, para uma ajuda temporária.
O Padre Erbério, com muita pena e gratidão da nossa parte, vai regressar a Moçambique, diocese de Quelimane, em finais de setembro.
Comunico ainda que a comissão da pastoral familiar pediu a demissão e será preciso constituir uma nova.
Nos dias 24 e 25 de setembro, no Centro Pastoral de Beja, teremos as reuniões do clero, sendo o primeiro dia dedicado à reflexão sobre a nova evangelização, o sínodo diocesano, o plano pastoral, etc., com início  às 10,30 horas. Também será apresentada a nova página (site) da diocese e a informatização das dioceses. Não esqueçamos o pedido feito para indicarmos os delegados dos arciprestados ao sínodo.
No dia 29 de setembro teremos o DIA DIOCESANO, com organização do SCAP, cuja agenda será comunicada em breve.
Com os melhores cumprimentos e desejo de bom recomeço do ano pastoral, subscrevo-me com toda a amizade e sempre ao dispor
 

† António Vitalino, Bispo de Beja
 

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Rodoviária do Alentejo soluça para Quintos

 
Recebemos por e-mail, de um leitor identificado, o texto seguinte que transcrevemos na íntegra:
 
“Diz a Rodoviária do Alentejo na sua página na internet que, na sua Política da Qualidade, assume o compromisso para com o cliente «Proporcionar um serviço que garanta e satisfaça contínua e plenamente as expectativas do cliente».
As minhas expectativas, como cliente da Rodoviária do Alentejo, são ter um serviço condigno e a horas, isto é, sem atrasos.
Infelizmente não é isso que tem acontecido ultimamente, e passo a relatar apenas factos que tive conhecimento:
No dia 22 de junho, sexta-feira, o autocarro que deveria sair às 18H35 saiu às 19H10. Após insistência dos passageiros informaram que a situação se iria resolver em breve, com a desculpa que o motorista tinha adoecido, etc.. Viemos a saber 'off the record' que a desculpa era falsa, adiante. Às 19H10 lá arranjaram um motorista saudável que nos trouxe até Quintos. Tiveram a amabilidade de não nos cobrar bilhete.
No dia 23 de agosto, quinta-feira, esqueceram-se de realizar a carreira com saída de Beja às 18H35! Motivo? Desconheço... Curiosamente às quintas-feiras esta é a única carreira para Quintos.
No dia 24 de agosto, sexta-feira, o autocarro que deveria sair às 18H35 saiu às... 19H10!
Não sei se o motorista adoeceu, não perguntei qual era o motivo do atraso. Apenas informaram que o autocarro sairia em breve não sabendo quantificar esse 'breve'.
Desta vez toda a gente pagou o seu bilhete, não houve viagem de borla para ninguém...
O que me choca não é apenas o atraso – que já é demasiado – mas a falta de ética e o desprezo com que tratam os clientes. Se o cliente/passageiro se sentar no banco a aguardar o autocarro são incapazes de se lhe dirigirem a, pelo menos, pedir desculpa pelo atraso. Só apresentam desculpas depois da revolta dos passageiros.
Não me vou pronunciar sobre o que se diz nos corredores da Gare, trata-se de um problema interno da empresa, mas é grave e lamentável quando esse problema afeta a qualidade do serviço prestado.
Para bem dos passageiros espero que esse problema seja passageiro.”
 
Contactámos a Rodoviária do Alentejo a fim de exercer o seu direito de contraditório, mas até ao momento da publicação desta mensagem nada recebemos.
 
 

domingo, 26 de agosto de 2012

O monstro

 
Photo: Heiko Junge / AFP / Getty Images
 
Anders B Breivik foi condenado à pena máxima norueguesa, 21 anos. É pouco.
Sou frontalmente contra a pena de morte, mas num caso destes, que Deus me perdoe, era a pena indicada.
Monstros deste calibre existem em todo o lado, muitos, felizmente, permanecem adormecidos e nem chegam a despoletar a sua ira.
Fui, durante mais de 20 anos, professora em Uppsala na Suécia e visitei variadíssimas vezes a Noruega. O povo norueguês é culto, inteligente e, acima de tudo, pacífico. Não tem nada a ver com esta monstruosidade.


 

domingo, 19 de agosto de 2012

Queda do euro

  

Operários desmontavam na passada quinta-feira uma escultura do euro num terminal do aeroporto de Frankfurt, Alemanha.
Photo: Fredrik von Erichsen / DPA / Zuma Press
  

 

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

O contributo da desgraça

  
O escalão contributivo para a segurança social dos trabalhadores independentes é calculado com base nos rendimentos auferidos no ano -2, ou seja, no ano 2012 a taxa aplicada tem por base os rendimentos do ano de 2010, artigos 162º e 163º do Código dos Regimes Contributivos.
Acontece que, por erro informático, a segurança social anda a obrigar os trabalhadores independentes a pagar contribuições superiores àquelas que deveriam pagar. Isto desde janeiro.
Perante o protesto dos trabalhadores lesados a segurança social reconhece o erro mas diz que deverão continuar a pagar o que lhes for exigido até que o problema informático seja resolvido.
Bom, se esta metodologia não é terceiro-mundista, não sei o que lhe hei de chamar.
Uma vergonha é, sem dúvida.
Vem agora o senhor Provedor da Justiça exigir esclarecimentos ao Instituto da Segurança Social sobre os pagamentos «incorretos» de contribuições que estão a ser exigidos aos trabalhadores independentes desde janeiro de 2012, escreve a TSF via Lusa.
Tarde e a más horas mas... Mais vale tarde do que nunca. Esperemos que desta vez a segurança social se vergue à Justiça.
Quem, perante a crise que atravessamos e que é transversal a todos, anda a contar todos os tostões, este contributo excessivo pode tornar-se em contributo da desgraça.
 

domingo, 12 de agosto de 2012

Bombeiro

 
A troco de nada dão tudo - por vezes até a vida! - na ajuda ao próximo.
São exemplos de altruísmo no mais elevado grau.
Se os políticos tivessem 10% desta vontade em ajudar o próximo viveríamos todos no paraíso.

 
Bombeiros no combate a fogo florestal em Viseu na passada quinta-feira.
Photo: European Pressphoto Agency
   

domingo, 5 de agosto de 2012

Viagem sem regresso

 
Porque gostei - e muito - partilho convosco este pequeno texto de José Mário Silva publicado no nº 7 da revista A Sul de Nenhum Norte. José Mário Silva é jornalista, crítico literário, coordenador da secção de livros do jornal Expresso e colaborador permanente da revista Ler. É também autor do blogue Bibliotecário de Babel.

Um bilhete para Anchorage

Anchorage, Alaska
Na nossa família, o Alasca era um ponto de fuga. Sempre que o meu pai desesperava com os conflitos na fábrica e o problema das dívidas, dizia: «Um dia destes pego em nós e vamos todos para o Alasca.» Começar do zero era o sonho dele. Ir para longe de tudo, para longe da vida real, tão miserável. Encontrar um princípio qualquer no fim do mundo.
Eu imaginava-nos a chegar àquele lugar demasiado grande: as montanhas, os lagos, os glaciares, tudo imenso, a natureza belíssima mas agreste, devoradora. Sonhei muitas vezes com a luz mínima do Inverno, eu e os meus irmãos a caminho de uma escola soturna, atravessando a neve, aprendendo devagar a linguagem do frio.
Um dia percebi que o meu pai dizia aquilo por dizer. Onde estava Alasca podia estar Austrália, deserto de Gobi, a Lua. O meu pai morreu há duas semanas. Um acidente na fábrica, horrível. Ficou cinco dias no hospital, a agonizar, sustido pela morfina. A minha mãe não diz nada, só murmura rezas, fechou-se dentro de um luto que é só uma forma de loucura. Nenhum dos meus irmãos voltou a casa neste momento tão triste. Um está preso, outro num cargueiro algures no meio do Pacífico, ao mais novo há muito que perdemos o rasto. Antes de ir visitar o meu pai ao hospital, na manhã em que os médicos nos roubaram qualquer esperança, despedi-me do trabalho de merda que me consumiu toda a energia nos últimos vinte anos.
«Vou-me embora, pai», disse baixinho. Mexeu-se na cama. Gemeu. Os tubos. Os sons das máquinas que respiravam por ele, que lhe purificavam ainda o sangue condenado. «Fazes bem, filho, não há aqui nada por que valha a pena lutar.» A voz muito arrastada, ruína no meio da tosse. «E vais para onde?» Pousei a mão no peito dele. Senti o estertor dos pulmões. «Ainda não disse a ninguém, mas vou para o Alasca.» Ele ficou parado, os olhos muito abertos, a estudar-me, a certificar-se de que eu falava a sério. Então tirei o bilhete do bolso e mostrei-o. O meu pai começou a tremelicar. Era uma espécie de solavanco suave, contido, abafado. Julguei que se ia desfazer. Mas então, em vez do choro, o seu corpo abriu-se à gargalhada. Uma gargalhada funda, a vencer a resistência do corpo dorido, uma gargalhada impossível, um desafio à morte, um último gesto de rebeldia desperdiçado comigo, o filho disposto a cumprir a sua velha ameaça. Ao fim de uns minutos, exausto, parou de rir e ficou imóvel. Outra vez o quase silêncio. Só os sons das máquinas que respiravam por ele, que lhe purificavam ainda o sangue condenado.
Quando abriu novamente os olhos, a muito custo, não disse nada. Fez um gesto com a mão, para que me fosse. Eu saí do quarto, sem saber se aprovava a minha decisão ou se me considerava louco, parvo, infantil, mais um filho perdido, o último numa cadeia de desilusões. Parti para Anchorage na manhã seguinte, mais ou menos à hora a que lhe assinaram a certidão de óbito. Quando pisei pela primeira vez o solo do Alasca, foi dele que me lembrei. Acho que só trouxe da minha vida anterior a imagem do meu pai preso à cama do hospital. E a gargalhada tenebrosa. Ontem, quando olhava para um glaciar ao longe, meio escondido pela névoa, apercebi-me que foi a única vez que o ouvi rir.

José Mário Silva in A Sul de Nenhum Norte, nº 7
 
 

Prender amarras

 
Perante a aproximação, na passada terça-feira, do tufão Saola na cidade costeira de Nanfangao, Taiwan, protegiam-se em porto de abrigo os navios de pesca.
Photo: Pichi Chuang / Reuters