segunda-feira, 16 de maio de 2011

Encontro com Deus

 
Do boletim paroquial de Quintos "O Sino" do corrente mês transcrevemos o artigo da página 6 - de autoria do senhor diácono - que nos faz pensar:

Encontro

Nesta Páscoa visitei um amigo gravemente doente.
Encontrei-o visivelmente abatido, a lutar com uma doença incurável, marejado de lágrimas e lamentos. Com voz cansada desabafou comigo o que lhe ia no coração e que tanto o perturbava: «aqui estou a morrer aos bocados, sentindo-me só e frágil perante o sofrimento por que estou passando. Penso muito em Deus, mas ao mesmo tempo também penso que posso eu esperar d'Ele se eu nunca lhe dei a mínima atenção enquanto tive saúde... Honestamente, nem me passou pela ideia que viria a precisar tanto de Deus como nesta fase da minha vida em que os homens e a medicina já nada podem fazer por mim. Por isso, me sinto tão abandonado. Como será o meu encontro com o Senhor, quando Ele me chamar. Sabes? Tenho muito medo desse encontro...» E o meu amigo desatou em soluços amargos.
Fiquei comovido com este seu desabafo e quase não arranjei palavras para o confortar. Tentei, contudo, acalmá-lo dizendo-lhe que não está sozinho, que Deus está com ele e que jamais o abandonou, nem quando gozava de boa saúde e, muito menos, neste momento de sofrimento e de dor... Se é verdade que nunca tinha procurado Deus, também é verdade que Deus sempre esteve a seu lado...
Quando acabei a visita pareceu-me que o deixei mais calmo, mas não deixei de pensar "porque será que há tantas pessoas que podem viver sem Deus na sua vida, afastadas d'Ele, da Sua Palavra e da Sua Igreja, e que algumas só O conhecem quando passam por momentos críticos".
Ao cair da tarde de terça-feira seguinte, o meu amigo partiu para sempre ao encontro de Deus.
Tenho a certeza absoluta que foi um encontro maravilhoso, porque o amor de Deus pelo homem é totalmente diferente do amor que o homem, muitas vezes, tem por Deus.

Diácono José Rosa Costa
 

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