domingo, 11 de agosto de 2013

Brincar, um Direito

  
Brincar é um Direito da criança, transcrever este texto é uma Obrigação nossa.
É com uma forma simples e muito bonita que a Drª Sara Cardoso nos convida a brincar com os nossos filhos, para bem deles, para bem de nós também.
Sem mais delongas, eis o texto:
Brinque, brinque muito!

Brincar é um DIREITO e uma necessidade da criança. Esta é a atividade mais importante que ela deverá realizar. Através do brincar, a criança está a conhecer o mundo, a testar as suas capacidades físicas e intelectuais, a conhecer as funções e papéis sociais, a aprender as regras, a colher os resultados do que faz, a fortalecer a resiliência e autoconfiança, a registar o que deve ou não repetir nas próximas vezes, a gerir as emoções, a experimentar o fracasso e a vitória, a desenvolver a coordenação motora e as capacidades visuais e auditivas, o seu raciocínio criativo e a sua inteligência, estimulando assim competências-chave para o desenvolvimento do espírito empreendedor.

Brincar é das atividades que mais prazer e bem-estar proporciona. Recorde-se da sua infância e do quanto era divertido brincar. A infância é uma altura mágica de alegres descobertas e experiências enriquecedoras. O que você proporcionar aos seus filhos será uma dádiva que permanecerá para toda a vida. Ter a capacidade e disponibilidade para brincar é um presente de amor, os seus filhos vão respeitá-lo, admirá-lo e amá-lo ainda mais. Assim, entre no mundo da fantasia, vai sentir-se mais livre, alegre e com mais energia.
Sem imaginação, não há aprendizagem. Os grandes cientistas da história da humanidade foram todos muito criativos. Para inovarmos temos de nos alimentar de abstração, e as brincadeiras são um ótimo catalisador. Já dizia Einstein “O conhecimento é limitado. A imaginação abrange o mundo inteiro.”
Foto: ©melbia/stock.xchng
Quando brinca com os seus filhos, obtém um conhecimento mais profundo da criança, dos seus gostos e interesses, dos seus pontos fortes e das vulnerabilidades, além de que aumenta o grau de confiança, e o vínculo afetivo. É importante passar tempo com os seus filhos, partilharem uma experiência mútua. Descubra algo que o apaixone, um interesse comum, e deixe que os seus filhos vejam como se diverte. Juntos vão criar memórias únicas de muita cumplicidade, alegria e boa disposição.
Recordo-me do quanto fui feliz em família, de correr pelos campos de trigo, de brincar às apanhadas, de me esconder atrás dos sobreiros, dos passeios de bicicleta à beira-mar, de fazer puzzles junto à lareira, das noites em que adormecíamos a contar estrelas cadentes, da pescaria na barragem, das batotices no monopólio, das torres de legos, de andar às cavalitas, de fazer colares de conchas, das jogatinas de cartas, da coleção de cromos e muitas outras… Estas e outras atividades podem tornar a sua família mais forte, unida e divertida. Que memórias está a construir com a sua família?
Escute os seus filhos e desça ao mundo deles. Como dizia Saint Exupéry em “O Principezinho”, os adultos acham-se sérios de mais e perdem-se por conta disso. Perdemos o brilho, perdemos esperança, perdemos amor quando paramos de brincar. 
E você, há quanto tempo não brinca?
 
Sara de Sousa Cardoso
Supervisora Pedagógica
da Escola de Pais 
in revista Start & Go de julho/agosto de 2013

  

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