Há
muros que são uma vergonha, este não.
Trata-se
de um cinturão de árvores - com cerca de 15 km de largura e 7.775
km de comprimento - que cruzará todo o continente africano, desde a
Mauritânia até Djibuti e tem como objetivo travar o avanço do
deserto do Saara.
Começou
a ser construído em 2008 e deverá estar concluído dentro de 20
anos. Nessa altura a nova floresta cobrirá uma área de 11.662.500
hectares.
Segundo
um estudo da FAO, os onze países implicados na construção da
muralha verde — Burquina Faso, Djibuti, Eritreia, Etiópia, Mali,
Mauritânia, Níger, Nigéria, Senegal, Sudão e Chade — perdem uma
média de 1.712 milhões de hectares de floresta por ano, o
equivalente à área de 34 Espanhas.
O
projeto é ambicioso, mas conta já com o apoio das Nações Unidas,
da União Africana e do Banco Mundial, que se comprometeu a financiar
o projeto com 2.000 milhões de dólares.
O
maior obstáculo do ambicioso projeto poderá ser a instabilidade
política. É que este muro ecológico pretende cruzar o Níger, o
Sudão, Mali e Chade, países com grupos armados e organizações
terroristas, que impedem a entrada de estrangeiros.
"Nem
todas as comunidades vão entender o valor das árvores“, adverte a
analista política Mary Harper. Em lugares como a Somália, de onde
vem a maioria da população que vivem abaixo da linha da pobreza, “a
nova floresta pode rapidamente transformar-se em lenha e carvão“.
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