quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Os Ditadores


Esperemos que esta "moda" que escreve Martha Cecilia Rosero no The New York Times não se generalize «Antigamente os ditadores imponham-se. Hoje somos nós que os elegemos!».

terça-feira, 30 de outubro de 2018

Halloween exagerado


Este motorista levou longe de mais o seu gosto pelo Halloween.
Foi filmado na 101 Freeway, perto de Los Angeles, com o carro coberto de sangue e partes de um corpo humano, assemelhando acidente horrível.
Pode ver o vídeo aqui.
Fonte: New York Post, 29-10-2018

 

domingo, 21 de outubro de 2018

Ser juiz


Foto: Lawyers Weekly

Adoram julgar os outros e, cereja em cima do bolo, sentenciá-los. Gravemente, de preferência.
Será que as pessoas nas redes sociais (na vida real já não se comprometem tanto) não têm noção do ridículo?
Proferem sentenças sem qualquer fundamento jurídico sustentadas apenas e só no achismo, mas, pior que isso, quando a decisão judicial não vai de encontro (normalmente) à sua sentença é porque os juizes são incompetentes.
Ser juiz é muito mais do que isso. Parafraseando e adaptando o poema da célebre alentejana Florbela:
«Ser “juiz” é ser mais alto, é ser maior
do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!»

quinta-feira, 18 de outubro de 2018

Vida selvagem


Algumas fotos a concurso para o prémio de melhor foto cómica de vida selvagem deste ano.
São uma delícia!

Three bears up a tree | Valtteri Mulkahainen

Bear on drive safe sign | Jonathan Irish

Rhino with peacock backside | Kallol Mukherjee

Squirrel saying STOP | Mary McGowan
 

quarta-feira, 17 de outubro de 2018

O populismo



Nesta década que está a findar tivemos (e mantém-se) um caso gritante de populismo, Donald Trump. Para nos abanar a consciência outro se perfila, Jair Bolsonaro.
Apelidar de burros americanos ou brasileiros é, honestamente, leviano. Se fossemos saber ao certo o que é que muitos portugueses têm a dizer sobre alguns dos pontos mais polémicos das ideias de Bolsonaro perceberíamos que são muitos, muitos mesmo, os que se identificam, os que pensam que algumas coisas “até fazem sentido”, os que não teriam coragem de, cara a cara, dizer o que efetivamente pensam com medo do politicamente incorreto, mas concordariam com as atrocidades que o candidato fascista brasileiro diz e defende.
Bom, então porque é que em Portugal quem defende ideias de extrema-direita tem sempre resultados inexpressivos? Porque a essas pessoas falta aquilo que Bolsonaro ou Trump têm de sobra: fatos caros e vistosos, discursos que pretendem unicamente dizer aquilo que as pessoas querem ouvir, com soluções simples e populistas para problemas sérios e complexos, e umas caras de pau do tamanho do mundo para conseguirem dizer tudo como os malucos com o ar mais sério do mundo. E isso, em política, vale muito, muitos votos, muito apoio silencioso.
Fonte: Ricardo M Pereira | Magg 12-10-2018

segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Uns míseros trocos



Há cerca de cinco anos a República Popular da China desenvolveu um plano para obter uma maior influência global, mediante o financiamento de grandes projetos na Ásia, Europa do leste e África.
Com essa cartada conseguiu um importante posicionamento global na disputa com os EUA em áreas primordiais como são a economia, o desenvolvimento tecnológico e a política internacional.
Na passada semana, tentando contrariar a cada vez maior influência chinesa, Donald Trump aprovou um pacote de 60 000 000 000 (sessenta mil milhões!) de dólares para financiar projetos de infraestruturas em África, Ásia e América Latina com o objetivo de bloquear as ambições expansionistas de Pequim.
Fonte: New York Times 15-10-2018

sexta-feira, 12 de outubro de 2018

‘Tá tudo preso!

Foto: David Swanson | The Inquirer

Adoramos que alguém, mesmo que apenas indiciado de um crime, vá preso. É a justiça a funcionar, seja esse alguém culpado ou não, porque, a nossa sentença está sempre protegida pela máxima demolidora que “não há fumo sem fogo”.
Partindo do princípio que “a execução da pena de prisão, servindo a defesa da sociedade e prevenindo a prática de crimes, deve orientar-se no sentido de reintegração social do recluso, preparando-o para conduzir a sua vida de modo socialmente responsável, sem cometer crimes” o melhor local para o criminoso é a cadeia… ou não.
Sem mais delongas e com a devida vénia um excerto do belo texto de José Lúcio, juiz Presidente da Comarca de Beja no LN:
«Se atentarmos nas reclamações que explodem diariamente nos meios de comunicação social e nas redes sociais – vejam-se as caixas de comentários – somos levados a pensar que meio país só ficava satisfeito depois de conseguir prender outro meio. E como o sentimento dessas metades é inevitavelmente recíproco, não se descortina ninguém insuspeito para ficar do lado de fora guardando a multidão de presos.
O júbilo com que é acolhida a notícia de que alguém foi para a cadeia e a imensa frustração com que são recebidas as notícias referindo alguém que não foi, a ânsia e a aspiração exuberante a mais e mais prisões, parecem naturalmente intrigantes. Esta devoção pela cadeia, ou crença ingénua de que as prisões em massa podem resolver problemas sociais de diversa ordem, devem ser algo de novo, próprio da nossa época e sociedade.
(…)
Olhe-se para o exemplo americano e aí sim constata-se uma taxa de encarceramento impressionante. Presos aos milhões. Todavia, temos que perguntar pelos resultados. A sociedade americana é mais segura, pacífica e tranquila do que a nossa? Existem menos assaltos, menos tiroteios, menos homicídios? Quais foram os resultados dessa política? Quem souber responder que responda.»

terça-feira, 9 de outubro de 2018

Crescer bem, envelhecer melhor


Qual é o segredo para envelhecer bem? Os especialistas indicam que o melhor é estar satisfeito: aceitar que o avanço da idade é apenas mais uma etapa para poder lidar melhor com o que surge à medida que nos aproximamos da velhice.
O exercício físico (caminhadas, natação, etc) assim como o exercício mental (leitura, jogos de paciência, etc) são excelentes contributos para nos manter o mais em forma possível. Mas a melhor forma de responder ao envelhecimento não está no ginásio, está na sua (nossa) mente.
Imagem: Robert Nicol
Texto adaptado de The New York Times 08-10-2018

 

segunda-feira, 8 de outubro de 2018

A nossa justiça


É, contra tudo e contra todos, a melhor Justiça. O resto são pormenores insignificantes.
Sobre um dos temas da atualidade mediática internacional transcrevo e subscrevo o texto de Ricardo Pereira na publicação Magg da passada sexta-feira:
«Quando pedem justiça, as pessoas não querem justiça, querem apenas que se decida de acordo com a sentença que já traçaram nas suas cabeças.
O caso do suposto crime de violação que poderá ter sido cometido por Cristiano Ronaldo tem tido esse efeito na sociedade portuguesa, e tem mostrado que, de facto, muita gente não pede nem quer justiça, não quer que os tribunais analisem todas as provas e decidam de acordo com o que for encontrado pela investigação, preferem, antes, ser elas próprias a julgar de acordo com o que andam a ler, com o que ouvem no café ou o que “aprendem” em conversas de amigos. Se a decisão final sobre este caso não for ao encontro da opinião que entretanto formularam, então, não terá sido feita justiça.
Tal como quase toda a gente, o que sei sobre este caso é o que tenho lido em jornais, nacionais ou internacionais, e ouvido nas televisões. Não tenho qualquer certeza sobre o que aconteceu, sobre a culpa de Ronaldo ou as intenções de Kathryn Mayorga, mas há factos que ninguém pode desmentir [e os factos são]:
1. Houve uma relação sexual entre Ronaldo e Kathryn Mayorga, a 12 de junho de 2009, num hotel em Las Vegas;
2. No dia seguinte, Kathryn apresentou na polícia de Las Vegas uma queixa afirmando que tinha sido violada;
3. A polícia de Las Vegas fez testes a Kathryn e confirmou que a então modelo teria sido “penetrada no ânus”, de acordo com o relatório das autoridades;
4. Perante esta queixa, a polícia de Las Vegas interrogou Ronaldo, que confirmou o ato sexual, admitiu que “ela disse não e para várias vezes”, embora se tenha mostrado “disponível”. Admitiu que foi “rude”, que durante o ato não mudaram “de posição”, que o mesmo durou “cinco a sete minutos”, e que no final lhe garantiu que não era “como os outros”, pendido-lhe “desculpa” depois de terem tido relações sexuais.
5. Alguns meses depois destes interrogatórios, os advogados de Kathryn e Ronaldo iniciaram conversações no sentido de chegarem a um acordo que contemplaria o silêncio da modelo sobre o caso, a troco de uma indemnização, que acabou por se fixar em 375 mil dólares;
6. Motivada pelo movimento #MeToo, e para tentar perceber se o mesmo teria acontecido a outras mulheres, Kathryn quebrou o silêncio e contou a sua versão da história, tendo os seus advogados manifestado disponibilidade para devolver os 375 mil dólares que Kathryn recebeu, para que o caso possa ser devidamente julgado pela justiça;
7. A polícia de Las Vegas reabriu o caso.
Tudo isto são factos, não é especulação, não é diz-que-disse, não é uma versão da história. Perante isto, como é que a esmagadora maioria das pessoas reagiu em Portugal, usando sobretudo as redes sociais? Insultando Kathryn, questionando as suas motivações, vitimizando Ronaldo. Muito pouca gente teve o bom senso de dizer apenas: “Vamos esperar para que sejam analisados todos os factos e depois logo se vê se Ronaldo é culpado ou não”. E era isso que deveria ter acontecido. Nem Ronaldo é mais culpado por ser uma vedeta planetária, nem é menos culpado por ser o nosso herói. Quem vai ter de responder por esta acusação não é o jogador que marca golos de qualquer lado, não é o melhor do mundo, é o cidadão Cristiano Ronaldo Aveiro, que tem os mesmos direitos e obrigações que qualquer outro. É a isso que se chama justiça e é precisamente por ser assim que o símbolo da justiça é uma figura com os olhos vendados, porque todos são iguais perante a lei.»
Ricardo Martins Pereira in MAGG 05-10-2018

Foto: by Observador
 

terça-feira, 2 de outubro de 2018

And the winner is...


Esta foi a abóbora classificada em primeiro lugar no festival RHS Harvest Show que se realiza hoje e amanhã em Londres.

 
Foto: Heathcliff O'Malley | The Telegraph

segunda-feira, 1 de outubro de 2018

A sujidade


«Até hoje, a maioria dos norte americanos tinha um respeito quase reverencial pelo seu Presidente, quer fosse um pouco ou nada ético Nixon ou um incompetente Bush, até que descobriram um senhor chamado Donald Trump que destruiu todo esse respeito porque um presidente também pode pensar, falar e atuar como um inútil.»
Martín Caparrós, The New York Times, 27-09-2018

Foto: Carlos Barria | Reuters