domingo, 30 de maio de 2010

Sócrates … e o Malandro

 
Quando li esta notícia pensei com os meus botões: para o que será que estou guardado?
A idade avança galopante e a minha senilidade aproxima-se.
Veja-se o estado a que chegou António Lobo Antunes.
Agora é Chico Buarque a querer encontrar-se com José Sócrates.
A coisa tá feia.
Mas não!! Afinal havia um 'pequeno' engano. Não era o Chico que queria ver o Zé, era o Zé que queria ver o Chico. E esta correcção faz toda a diferença.
Afinal Chico Buarque não está senil. E, por via disso, a minha senilidade ficou um pouco mais longe.
  
     Eu te encurralava
     Te dominava
     Te violava no chão
     Te deixava rota, morena
     Se eu fosse o teu patrão
      Chico Buarque, Ópera do Malandro
 
 

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Francamente, desenganaram-nos!

 
Dava pano para mangas este tema: o desengano.
Não vou tecer qualquer comentário, salvo que este texto de Joaquim Letria se fosse mentira dava-me vontade de rir, assim … passemos ao texto:

Desenganadinhos

ANDÁMOS ANOS a fingir que não sabíamos de nada. Quando não podíamos desmentir ou pretender que não era bem assim, fazíamo-nos fortes, dizíamos que já na Monarquia assim ocorrera, que na I República era melhor nem falar, que o Soares já dizia o mesmo, e que o Ernâni Lopes salvara a Pátria.
Medina Carreira e Ferreira Leite eram “A bruxa” e o “Velho do Restelo” e fingíamos confiar que Sócrates estava lá como os guarda-redes, para, em última instância, defender para canto e com grande aparato.
Abanávamos as caudas de satisfação ao escutarmos as vozes dos donos a dizerem que “é verdade que o desemprego subiu, mas comparado com o período homólogo do ano passado, subiu muito menos”, enchíamo-nos de orgulho ao ouvir que “Portugal não é a Grécia”, acrescentávamos logo que “isto não é terceiro mundo, Lisboa não é Mumbai”, batíamos palmas quando nos diziam que “os nossos males não só não cresciam, como até estavam a diminuir”.
Estávamos por tudo e adorávamos que nos mentissem, mesmo com aldrabices tão mal esgalhadas e com diversos figurões a inventarem coisas diferentes para nos dizerem o mesmo.
Éramos como os doentes terminais, desejosos de sermos enganados pelos médicos. Agora fomos à consulta da alemã e ficámos desenganadinhos. Sem apelo nem agravo.

Por Joaquim Letria in "24 horas" 27/05/2010 via http://www.sorumbatico.blogspot.com/

sábado, 22 de maio de 2010

Prestige

 
Diz o futuro governador do Banco de Portugal que o actual ministro das finanças português tem prestígio internacional.
Talvez.
Há cerca de um mês jantei com um amigo meu em Nova Iorque. Colega de curso e colega de trabalho durante dois anos na Nigéria. Actualmente é quadro superior numa conhecida agência de rating. Curiosamente nesse jantar manifestou-me a sua apreensão sobre Teixeira dos Santos. Disse-me ele que a imagem que há em NY sobre Dos Santos é que como académico é excelente, mas como ministro é um desastre.
Creio que Carlos Costa se referia ao prestígio académico do sr. Ministro …

O Limite

 
Como já não sou novo, muita coisa tenho visto ao longo da vida.

Tenho visto limites para tudo e para mais alguma coisa, mas para isto … nunca!

(Protesto estudantil no dia 19 de Maio em frente ao Parlamento em Ljubljana, Eslovénia. Foto Sedjan Zivulovic / Reuters)
 
 

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Quem Diria ...

 
“Prometer e não cumprir é pecado”. Quem disse? Um padre? Frio …


“O Executivo (governo) está a brincar com o fogo porque o povo quando tem fome tem o direito de roubar”. Quem disse? O Partido Comunista? O Bloco de Esquerda? Gelado …


O autor destas bombásticas afirmações é o patrão da Sonae, Belmiro de Azevedo.


Quem diria …
 

O Senhor Silva. Luiz Inácio de seu nome.

 
Não é Catedrático. Não é Doutorado. Não é Licenciado. Provavelmente nem um mestradezito tem.
Mas tem uma coisa que, por norma, os políticos não têm. Inteligência.
Disse em Madrid o óbvio. Mas o óbvio incomoda. Incomoda principalmente os acéfalos catedráticos, doutorados e quejandos que nos governam. Na Europa, na Ásia, na América.
Até quando?

"Se nós, como políticos, fizéssemos apenas o óbvio e não tentássemos inventar tanto seria muito mais fácil governar o mundo. É uma palavra pequena mas muito necessária na arte de governar. Tudo fica menos complicado quando se pratica o óbvio"
Inácio Lula da Silva, Presidente do Brasil em Madrid

 

domingo, 16 de maio de 2010

Os Pobres Que Paguem A Crise!

 
Atiram-se aos mais necessitados com um despudor inquietante. Retiram-lhes a última migalha como se a mesma tivesse sido roubada. Obrigam-nos a sentirem-se culpados de uma crise que eles não criaram. Mas que a têm que resolver. Ou melhor, pagar.
Quanto aos verdadeiros culpados da crise financeira que nos atinge, nem uma palavra. Nem um reparo. Nada!
A crise financeira que se generalizou é muito grave. Disso ninguém tem dúvidas. Aqui em Londres, tal como em Nova Iorque ou em N'Djamena também ninguém tem dúvidas sobre quem e quais os propósitos de quem provocou esta crise. Só há um grupo de indivíduos que teima em afirmar que não sabe quem foi nem como foi: os políticos. É curioso …
Mas curiosamente todos – a nível global – sabem como resolver esta crise: exigindo sacrifícios aos sacrificados. Uns pedem desculpa, outros nem isso.
Será que não têm vergonha na cara?!
Foi para isso que estudaram?!
Muitos deles professores de economia … bem podiam limpar as mãos à parede.
Para meditação, transcrevo estas inquietantes perguntas:
“Sacrifícios para salvar o quê e quem? Para salvar os grandes grupos económicos que continuam a registar lucros obscenos? Para salvar o capital financeiro que está a lucrar rios de dinheiro com esta crise? Para salvar as políticas de retirada de direitos, de diminuição das condições de vida dos trabalhadores e dos povos e de destruição dos aparelhos produtivos de países como Portugal? Para isso não contem connosco! Era a mesma coisa que pedir ao condenado para salvar o carrasco.”
Jerónimo de Sousa no debate “Estratégia da União Europeia 2020”

 

segunda-feira, 10 de maio de 2010

(A)Ventura em Quintos

   
Dizem-nos que aventurados foram os que se deslocaram a Quintos para assistir à Baja - Montes Alentejanos.



Não tive essa ventura. Aqui em Londres bem me esforcei por todos os canais informativos e/ou desportivos mas imagens de Quintos ou da Baja … nada.


Talvez para o próximo ano seja um aventureiro, assista e fotografe em Quintos uma prova TT.


Entretanto aqui vos deixo algumas fotos que a minha amiga Madalena tirou em Quintos no último domingo.

 

quinta-feira, 6 de maio de 2010

A Acelerar em Quintos

 
Realiza-se no próximo fim de semana mais uma prova TT Baja – Montes Alentejanos.

Domingo, 09 de Maio, não deixe de assistir a esta clássica alentejana em Quintos próximo da estação dos caminhos de ferro. É o nosso local de eleição.

Horário das passagens:

1ª Moto – cerca das 10H20

1º Auto – cerca das 12H20


Não falte!

domingo, 2 de maio de 2010

O Melhor Post de Abril

 
Já fiz muitas declarações de amor.
Muitas mais espero ainda vir a fazer.
Mas nunca fiz (nem tal me passou pela cabeça!) fazer uma declaração de amor à minha carteira.
A Rita fez. Fez uma declaração de amor à sua carteira perdida. Tenho a certeza que se carteira leu a declaração ficou perdida de amores pela Rita.
Este é o post que mereceu o título de o Melhor de Abril.

E o momento giro do dia é...

... perder a carteira!
Com tudo lá dentro.
Fiquei tão comovida que vou fazer uma declaração de amor à minha carteira.

"Querida Carteira Perdida,
Eu sei que não tenho um feitio fácil. Sei que te trato mal muitas vezes, quando te encho de papéis inúteis sobre movimentos que efectuei no multibanco.
Mas tu és-me extremamente importante, sabias? Eu não sei viver sem ti.
Tens tudo o que é fundamental numa carteira: tens o meu cartão de cidadão. Lembras-te do dia em que o fomos fazer juntas? Tens a minha carta de condução. Lembras-te de todos os passeios que fizemos as 3 juntas? Eu, tu e a carta? E os cartões do banco?
Querida Carteira, eu sei que tu não gostas muito deles, tens ciúmes, e tens raiva porque sabes que sempre que eu vou ao banco tu ficas mais pesada com os papéis que eu me esqueço de deitar fora em vez de te acolchoar. Mas é tudo por uma boa causa, tu és-me útil, e eu pensei que estava a transmitir-te isso. Já vi que não. Por favor, carteira, desculpa.
Pensa no quão especial é a nossa relação...
Por favor, reaparece na minha vida...
Sempre tua,
Rita"

Escita por Rita em 30/04/2010

 

sábado, 1 de maio de 2010

1º Maio … Depois Junho


Existem várias formas de vencer uma luta.
Uma delas é pela exaustão do inimigo.
O Povo português demonstra graves sinais de exaustão, pelo que a vitória dos poderosos não está longe.
Em Portugal os trabalhadores já têm medo de lutar.
Têm medo de reivindicar.
Jogam-lhe – imediatamente! – à cara a crise. Como se fossem eles os culpados por esta crise …
Os culpados, os reais responsáveis pela crise económica não vão de Renault Clio ou de comboio para o emprego. Aliás, eles não têm emprego. Eles gerem o emprego. Dos outros. E quando algo corre mal a culpa é sempre … dos outros.
Primeiro de Maio.
Ou será primeiro Maio, depois Junho, depois …
Já há algum receio em pronunciar Primeiro de Maio, apesar de ser um dia histórico em que deveríamos homenagear todos aqueles que sempre lutaram pela dignidade do Trabalhador, muitos deles com o sacrifício da própria vida.
Deveria ser um dia de festa, mas não é. É um dia de luto, já que até de luta nos querem proibir.

Mesmo na noite mais triste
Em tempo de servidão
Há sempre alguém que resiste
Há sempre alguém que diz não.