terça-feira, 29 de janeiro de 2019

Fundamentalismos

 
Foi hoje publicada em Diário da República a Resolução do Conselho de Ministros nº 21/2019 que extingue a expressão “Direitos do Homem” e substitui-a por “Direitos Humanos”.
Esta moda – medo da palavra homem – parece que veio para ficar.
Aguardo com alguma perplexidade a breve extinção do “Dia do Trabalhador” que será substituído por uma aberração qualquer. A expressão “médico de família” também deverá estar em vias de extinção, o “cartão de cidadão” idem e outras se seguirão.

domingo, 27 de janeiro de 2019

Baile da Pinha em Quintos


O Baile da Pinha em Quintos foi durante muitos anos o maior acontecimento cultural da freguesia de Quintos.
No tempo de Salazar e Caetano realizaram-se algumas vezes o cortejo de oferendas com o objetivo de apoiar instituições públicas (hospital de Beja, por exemplo) em que viaturas engalanadas, maioritariamente de tração animal, percorriam os vários montes da freguesia de Quintos onde recolhiam as dádivas (oferendas) para a causa. No final realizava-se uma festa popular com comes, bebes e baile nas traseiras da antiga escola primária.
Nunca este acontecimento atingiu a projeção do Baile da Pinha.
Mais tarde surgiu um outro acontecimento cultural – o almoço de celebração do 25 de Abril. Foi durante décadas o expoente máximo de atividade cultural da freguesia de Quintos.
Hoje, quer o Baile da Pinha quer o almoço do 25 de Abril estão com frequência residual, o primeiro bem mais residual que o segundo. Porquê? Há explicações mas por agora não interessam.
O que interessa é homenagear e dar um enorme Bem Haja a quem ainda teima em manter tradições muito peculiares de Quintos.
Humildemente aqui Vos deixo a todos Vós os meus parabéns!


segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

Os sem palavras




Para ler e meditar. Crónica (excerto) de Helena Matos publicado em Observador a 13/01/2019:
«Primeiro os velhos tornaram-se idosos. E um dia, não se consegue já precisar qual, os cegos passaram a invisuais e o morrer tornou-se partir.
O chumbo ou reprovação transformou-se em retenção.
Os gordos passaram a obesos.
Os trabalhadores deram lugar aos colaboradores. Os despedidos a dispensados.
O sexo passou a género.
Os maridos e mulheres deram lugar ao assexuado cônjuge ou, como recomenda a União Europeia, a parceiro/parceira.
Os homens e mulheres são agora indistintamente pessoas.
Os homossexuais tornaram-se gays.
Mas eis que se constatou que tal exercício de busca de sinónimos não era suficiente. Foi aí que chegaram as perífrases ou seja esse bizarro falar por rodeios. E assim os idosos que já não eram velhos passaram a terceira idade. As prostitutas tornaram-se trabalhadoras do sexo.
Os invisuais a quem já não se podia chamar cegos deram lugar às pessoas portadoras de deficiência.
As empresas deixaram de falir e passaram a estar em reestruturação de serviços.
Os trabalhadores despedidos que entretanto tinham passado a colaboradores dispensados começaram a ser designados como elementos cuja colaboração cessou.
As coisas mais simples passaram a ter de ser referidas por sequências de palavras frequentemente sem sentido. As categorias profissionais tornaram-se uma espécie de cabides em que se acumulam palavras como quem pendura casacos: as hospedeiras deram lugar às assistentes de bordo e as funcionárias das escolas tornaram-se auxiliares de ação educativa.
Neste zelo de uma linguagem livre dos pecados do machismo, racismo, homofobia… as expressões aplaudidas num determinado momento logo se revelam desadequadas. E assim, os velhos depois de terem sido idosos e terceira idade tornaram-se seniores.
Os pretos que tinham passado a negros e em seguida a pessoas de cor são agora referidos como africanos. E para não ser acusado de discriminação de género o “Ladies and gentlemen” passou a “Hello, everyone”.
Tornámo-nos uma sociedade em que nada é dito diretamente. Falamos por rodeios. Somos os perifrásticos. Agarramo-nos a expressões neutras como sinal da nossa tolerância; por todo o país empresas e organismos oficiais produzem documentação recomendando que se recorra à linguagem neutra para “promover a igualdade entre homens e mulheres”.
Compomos frases enormes para não termos de dizer o óbvio. Recorremos ao eufemismo para mascarar a realidade. Temos medo das palavras. Usamo-las com mil cuidados não vão elas revelar o que de facto pensamos e não a forma como devemos ver o mundo.»

segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

Bezerra, em Quintos





Há anos (+ de 30) houve um episódio com uma bezerra, não em Quintos mas com vários jovens de Quintos; um dos protagonistas ficou com o indelével cognome “Zé da Bezerra”.
Hoje, uma bezerra (ou bezerro) jaz junto à antiga estação de caminhos de ferro de Quintos.
No dia 29 de dezembro de 2018 um habitante de Quintos fotografou o dito animal (fotos A e B) e participou o caso à GNR de Beja.
Ontem, 06 de janeiro de 2019 o que resta do animal ainda lá se encontrava (fotos C e D).
Poderia e deveria ‘soltar alguns impropérios’ com esta situação, mas não o vou fazer na esperança que, quem de direito, remova o que resta do animal urgentemente.