quinta-feira, 30 de julho de 2015

Crianças ou autómatos?


O excesso de amor é complicado. Pior que isso é projetarmos na criança aquilo que nós não fomos mas gostávamos de ter sido e vai daí, moldamos a criança para ser um Ser Supremo. Que tristeza, nossa e da pobre criança.
Carlos Neto é professor e investigador da Faculdade de Motricidade Humana em Lisboa. Trabalha com crianças há mais de quarenta anos. Deu uma sublime entrevista a Rita Ferreira n'O Observador da qual transcrevemos alguns excertos:

«Há dez anos eu dizia que as crianças saudáveis eram as que tinham os joelhos esfolados. Hoje, acho que os joelhos já não estão esfolados, mas a cabeça destas crianças já começa a estar esfolada, por não terem tempo nem condições para brincar livremente. Brincar não é só jogar com brinquedos, brincar é o corpo estar em confronto com a natureza, em confronto com o risco e com o imprevisível, com a aventura. (...)
As crianças brincam porque procuram aquilo que é difícil, a superação, a imprevisibilidade, aquilo que é o gozo, o prazer. E, portanto, as crianças que eu apelido de crianças “totós”, são hoje definidas como crianças superprotegidas, crianças que não têm tempo suficiente para brincar e crianças que não têm tempo nem espaço para exprimir o que são os seus desejos. E o primeiro desejo de uma criança é o dispêndio de energia, é brincar livre e com os outros, mesmo que muitas vezes em confronto. Porque o confronto é uma forma preciosa de aprendizagem na vida humana. E nós estamos a retirá-los de tudo isso. Estamos a dar tudo pronto e não estamos a confrontá-los com nada. E isso terá muitas consequências. (...)
Todos os estudos têm vindo a demonstrar que na infância, até aos 10/12 anos de idade, é absolutamente essencial brincar para desenvolver a capacidade adaptativa, quer do ponto de vista biológico quer do ponto de vista social. E hoje não é isso que estamos a fazer. Estamos a dar tudo pronto, tudo feito, e não estamos a confrontar as crianças com problemas que elas têm de resolver. Sejam eles confrontos com a natureza – que deixaram de existir – sejam eles confrontos com os outros. (...)
Por exemplo, a luta, a corrida e perseguição, são comportamentos ancestrais que as crianças têm de viver na infância e que são essenciais para o crescimento. A apropriação do território, a noção de lugar, o medir forças de uma forma saudável, o brincar a lutar. Hoje observamos comportamentos na escola, quer por parte dos pais quer por parte dos educadores, que não são corretos. Porque quando veem duas crianças agarradas vão logo separá-las — e elas muitas vezes estão a brincar à luta, e brincar à luta é saudável. É um indicador de vida saudável das crianças. Como correr atrás de alguém, ou ser perseguido. Brincar é civilizar o corpo. (...)
O “não subas”, o “olha que cais”, “não vás para ali”, “tem cuidado”, “não trepes à árvore”. Impedem as crianças de terem estas experiências, que são próprias da idade. Instalaram-se medos nas cabeças dos adultos. Medos das crianças serem autónomas. Nós nascemos para sermos autónomos e para termos, ao longo do processo de desenvolvimento, maior autonomia e maior independência. Basta ver como é que as crianças hoje vivem a cidade, como as cidades estão preparadas para as crianças. Nós estamos a cometer o erro de querer obter sucessos rapidamente, de querer que as crianças cresçam rapidamente, de que estejam todos incluídos nos rankings, mas estamos pouco preocupados com as suas culturas próprias. Não se está a ver o ator, não se está a ver o aluno. Na escola o que deveria emergir era o aluno e a criança, o que emerge é o professor e a burocracia.»

Leia a entrevista na íntegra aqui.



quarta-feira, 29 de julho de 2015

Alentejo, uma paixão


O Alentejo - em especial o Baixo Alentejo, desculpem-me o bairrismo - é uma terra de encanto e beleza em todas as estações do ano. É única!
A zona de Alqueva (mas não só, Quintos também!), motivada pela baixa poluição luminosa proporciona aos visitantes uma oportunidade única e inigualável para visualizar o céu noturno.
Combinando várias fotografias de céu estrelado, o fotógrafo João P. Santos criou a imagem que aqui publicamos. Bela, sem dúvida.
Fonte: The Daily Telegraph




sábado, 25 de julho de 2015

O pesadelo


Há coisas que nunca deviam ter acontecido.
Para a extrema esquerda europeia a vitória do Syriza na Grécia está-se a revelar num autêntico inferno.
É facílimo estar na oposição e dizer que quem governa governa mal. Mais fácil e cómodo se torna quando não se aspira a ter funções governativas.
Puro "erro de casting" o Syriza ganhou as eleições na Grécia. Toda a extrema esquerda europeia jubilou! «Eis o nosso laboratório para o resto do mundo!», pensaram e disseram.
Mal sabiam eles o que os esperava...
Hoje sabem que erraram, mas não o reconhecem publicamente; Quando ouvem falar em Grécia ou Syriza ficam cabisbaixos e com tremores. Dá dó vê-los assim...
A cada dia que passa novos céus lhes caem em cima, ontem soube-se que o atual ministro das finanças grego Euclides Tsakalotos escreveu, numa missiva enviada a Christine Lagarde, presidente do FMI: «Queremos informá-la de que precisamos de um novo empréstimo».
Cada cavadela, cada minhoca!
Que mais lhes irá acontecer?


Foto: Yiannis Kourtoglou | Reuters


sexta-feira, 24 de julho de 2015

Quer comprar um Rancho?


Os nossos vizinhos têm a sua propriedade à venda, aqui no Texas.
São 121 quilómetros quadrados de terras aráveis, 1200 poços de petróleo e dezenas de milhar de cabeças de gado.
Coisa pouca, quase 210 mil hectares ao todo.
Este rancho foi fundado por Daniel Waggoner e seu filho, William Thomas Waggoner em 1849. Nas últimas décadas foram várias as disputas entre herdeiros para chegar a um consenso de partilha e venda do rancho.
Finalmente chegaram a acordo, o valor pedido tinha por base 725 milhões de dólares.
Se o caro leitor estiver interessado, lamentamos desapontá-lo, mas o concurso está fechado (salvo se a sua proposta for tipo "irrecusável"). Foram mais de 600 os que concorreram, neste momento foi já eliminada a esmagadora maioria restando cerca de uma dúzia para a batalha final.
A nossa proposta também foi recusada, xenofobismo certamente, o valor era bastante baixo mas era honesto...
Fotos: WT Waggoner Estate




segunda-feira, 20 de julho de 2015

Tecnologia ao serviço da estupidez


Na passada sexta-feira um violento incêndio deflagrou na zona da autoestrada Interestatal 15, em San Bernardino, Califórnia.
Os bombeiros, chamados ao local, pediram ajuda / reforço aéreo, mas estes, ao chegarem ao local outra alternativa não tiveram que regressar às respetivas bases sem poder combater o fogo.
Porquê?
Imagine você, caro leitor, que alguns "mirones" irresponsáveis decidiram colocar no ar os seus drones para filmar o fogo. Eram cinco os drones que se encontravam a sobrevoar e filmar o fogo, o que, por motivos de segurança, obrigou os meios aéreos de combate a incêndio a abandonar o local.
Segundo John Miller, responsável dos Serviços Florestais dos EUA, à NBC de Los Angeles, «Estes dispositivos voadores são considerados perigosos para as aeronaves pois podem causar danos nas mesmas e colocar em perigo tanto os pilotos como as pessoas no solo».
Felizmente, apesar dos danos materiais terem sido elevados, não houve registo de feridos entre os condutores das viaturas.

Fonte: NBC Los Angeles




domingo, 19 de julho de 2015

A sociedade de informação


Eric Schmidt, antigo CEO da Google, calculou que a cada dois dias a humanidade cria dados equivalentes aos que foram criados desde os primórdios até ao ano de 2003. Isto foi dito há cinco anos.
Processamos e difundimos dados/informação a uma velocidade e quantidade exponencial. Todos os dias se produzem mais de 500 milhões de tweets, partilham-se mais de 70 milhões de fotos no Instagram e mais de 4 mil milhões de vídeos são diariamente vistos no Facebook. Por cada minuto que passa são carregadas 300 horas de novos conteúdos no Youtube. Isto, para além de toda a informação de ordem profissional/empresarial, técnica, científica que é atualizada ao segundo. A IBM calcula que diariamente sejam gerados mais de 2,5 quintiliões de Bytes.
Mas já não somos apenas nós, humanos, que produzimos e difundimos informação na internet. Há o automóvel, os óculos de realidade virtual, pacemakers, satélites, e toda uma panóplia de equipamentos que geram informação e até se comunicam entre si sem ação direta do homem.
Estamos, de facto, cada vez mais ricos em dados, mas, ironicamente, cada vez temos menos retorno dessa avalanche de informação.
Fonte: Time 6-13JUL2015

Imagem: Forbes


sexta-feira, 17 de julho de 2015

O estado da nação


Não é bom, irrecomendável até.
Todos o sabemos, mas falamos baixinho, salvo para apontar o dedo a alguém que se "descuidou" a cair nas malhas de uma investigação. E digo investigação e não Lei, propositadamente.
Quem ousa insurgir-se contra a podridão de quem nos reina é, quase de imediato mandado calar ou, pelo menos, moderar a análise. Se o não fizer é etiquetado de louco, paranóico, etc., porque os que nos reinam são, na sua grande maioria, pessoas sérias, impolutas! (Há quem acredite nisso...).
Para sublinhar o que acabei de dizer, transcrevo um pequeno excerto da entrevista de um "louco" - Paulo Morais de seu nome - ontem publicada no OJE:

«Não é por acaso que em casos como as parcerias público-privadas a maioria dos ministros das Obras Públicas do regime está a trabalhar em PPP. Ou seja, em nome do Estado fizeram péssimos negócios com privados e ao fim de uns anos foram trabalhar para os privados com quem fizeram esses maus negócios. Ferreira do Amaral lançou o projeto da Lusoponte: é hoje presidente da Lusoponte, que é talvez dos negócios mais ruinosos que o Estado português fez desde sempre. Jorge Coelho foi ministro das Obras Públicas de Guterres, foi trabalhar para a Mota-Engil, foi presidente da empresa durante muitos anos, CEO, e a Mota-Engil é uma das maiores detentoras de PPP em Portugal. A seguir a Guterres veio Durão Barroso, de que Luís Valente de Oliveira era o ministro das Obras Públicas, e onde trabalha hoje? Na mesma Mota-Engil. E não são só ministros. O secretário de Estado de Jorge Coelho, Luís Parreirão, para onde foi trabalhar? Para a mesma Mota-Engil. Almerindo Marques passou diretamente da Estradas de Portugal para a Opway, que era a empresa de PPP do Grupo Espírito Santo, que agora foi naturalmente separada do GES. Isto é uma vergonha. Estão todos na política a fazer maus negócios e depois vão todos trabalhar para as empresas que beneficiaram desses maus negócios.»

Leia a entrevista aqui.

Doutor Paulo Morais
Foto: Armindo Cardoso


quarta-feira, 15 de julho de 2015

Festa Nª Sª dos Remédios


No último fim-de-semana [de julho] (25-26), com a colaboração da paróquia na parte religiosa, decorrerão na nossa aldeia os tradicionais festejos em honra de Nossa Senhora dos Remédios, levados a efeito pelos responsáveis da União de Freguesias de Salvada e Quintos, pelo facto de não haver festeiros que os assumam. Destacamos ao domingo a Santa Missa às 17H30, seguida de procissão, solenizada pela Banda Filarmónica de Moura. Esta “festa” em honra de Nª. Sª. dos Remédios perde-se na poeira do tempo, ou seja, não se sabe exatamente a data precisa em que começou, mas foi-nos deixada pelos nossos ancestrais em louvor da Mãe de Deus. Saibamos respeitar a tradição e, mais um ano, os quintanenses saibam corresponder aos esforços e ao bairrismo dos organizadores deste evento participando massivamente em todos os atos, profanos e religiosos. São dois dias festivos em que a aldeia sai do rotineiro.
Embora a festa seja em honra de Nª. Sª. Dos Remédios, a padroeira é Santa Catarina de Alexandria.
Diácono José Rosa Costa in Boletim Paroquial de Quintos «O Sino» JUL2015



NR - Infelizmente, contrariamente ao que anteriormente acontecia quando Quintos tinha Junta de Freguesia, ninguém nos fez chegar um cartaz da Festa de Quintos. 
Lamentamos.

 

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Registe-se, para mais tarde recordar


Sem delongas, reproduzo o texto que o sr. Embaixador Francisco Seixas da Costa publica no seu blogue 2 ou 3 coisas:
Na História!
Com modéstia, o nosso primeiro-ministro revelou há poucas horas ter sido ele quem gizou a fórmula que permitiu "fechar" o acordo com a Grécia! Há momentos em que um país se arreda da vulgaridade e deixa a sua marca nas tábuas da História universal! São instantes raros, daqueles que apontam caminhos ao mundo, que definem lideranças excecionais. Como disse Herman José no clássico "Bamos lá cambada!", "os portugueses já provaram muitas vezes saberem ser bons fregueses das grandes ocasiões". São instantes de génio, Bojadores, Tordesilhas, Aljubarrotas. Há horas, foi Bruxelas. A Europa estava num impasse, Merkel coçava os punhos do saia-e-casaco, Hollande já só sonhava em ter um capacete para a moto igual ao de Varoufakis, Tsipras fazia as contas a quantas colunas do Partenon teria de passar a patacos. Foi então que deste canto ibérico surgiu, serena, forte, decisiva, a sugestão redentora. Afinal, Portugal, tido por crítico reticente da atitude helénica, dava uma mediterrânica mão a Atenas. E, desta vez, não era Fernando Santos! Terá havido um silêncio respeitoso, contam-nos. Seguido de um aplauso entusiástico! Tusk, por uma vez, nem olhou para Berlim, à espera de instruções, Juncker, rápido, pressentiu o golpe de génio e pediu uma rodada comemorativa. Os copos tilintaram. A glória lusitana, a "trouvaille", o desenrascanço foi brindado. Seria um Porto, um vintage, uma reserva à altura? Quando o líquido chegou à boca sedenta dos líderes houve, contudo, esgares menos agradados. Afinal, era "retsina"!

Francisco Seixas da Costa in 2 ou 3 coisas, 13/07/2015

  
 

Coerentes na fé


Com o título em epígrafe, publica o senhor Diácono José Rosa Costa no Boletim Paroquial de Quintos do corrente mês o seguinte texto que copiámos com a devida vénia:
«A fé é uma adesão pessoal do homem a Deus (…) Para o cristão, ter fé é crer inseparavelmente n'Aquele que Deus enviou “no seu Filho amado” em quem pôs todas as complacências (…) Deus mandou que O escutássemos (…) Podemos crer em Jesus Cristo porque Ele é Deus, o Verbo feito carne... A fé é um dom de Deus, uma virtude sobrenatural por Ele...»
(CIC 150ss)
Quando falamos em Deus, implicitamente, estamos a falar no Senhor Jesus. Portanto, ter fé é crer em Deus, Trindade Santíssima, é ter confiança em Deus em todas as circunstâncias da nossa vida, mesmo nas adversidades, é convertermo-nos aceitando o Evangelho, é saber cumprir a vontade de Deus e aceitar os Seus desígnios sobre nós. O coração da fé é obra salvífica de Cristo, sobretudo a Sua Morte e Ressurreição. Deus ama-nos, quer sempre o nosso bem e jamais nos abandona. A fé pressupõe compromisso e testemunho. Nenhum de nós pode arrogar-se de ter a “sua” fé. Já o apóstolo Paulo dizia “há uma só fé, um só batismo, um só Senhor”. Por isso deve viver-se em comunhão com os irmãos que professem a fé num único Senhor, num único batismo, unidos na Eucaristia e nos demais Sacramentos. Testemunhar a fé é, ainda, ter a alegria de participar no Eucaristia em comunhão com os irmãos que a vivem em comunidade. Deus faz parte da nossa vida, devemos louvá-l'O na Eucaristia e lembrá-l'O todos os dias e não só quando nos surgem problemas para, então, “pagarmos promessas”. Diz o Santo Padre Francisco: “No Sacramento da Eucaristia encontramos Deus que Se dá a Si mesmo”. O amor de Deus por nós supera qualquer amor humano. O amor de Cristo por nós vai até ao supremo sacrifício da Cruz. «Não há amor maior do que dar a vida...». Que a fé nos ajude a contemplar o amor de Deus por nós e que saibamos ser coerentes no cumprimento do nosso dever de cristãos.
Diácono José Rosa Costa

 

sábado, 11 de julho de 2015

Poema à Mãe


No mais fundo de ti,
eu sei que traí, mãe

Tudo porque já não sou
o retrato adormecido
no fundo dos teus olhos.



Tudo porque tu ignoras
que há leitos onde o frio não se demora
e noites rumorosas de águas matinais.

Por isso, às vezes, as palavras que te digo
são duras, mãe,
e o nosso amor é infeliz.

Tudo porque perdi as rosas brancas
que apertava junto ao coração
no retrato da moldura.

Se soubesses como ainda amo as rosas,
talvez não enchesses as horas de pesadelos.

Mas tu esqueceste muita coisa;
esqueceste que as minhas pernas cresceram,
que todo o meu corpo cresceu,
e até o meu coração
ficou enorme, mãe!

Olha — queres ouvir-me? —
às vezes ainda sou o menino
que adormeceu nos teus olhos;

ainda aperto contra o coração
rosas tão brancas
como as que tens na moldura;

ainda oiço a tua voz:
   Era uma vez uma princesa
   no meio de um laranjal...

Mas — tu sabes — a noite é enorme,
e todo o meu corpo cresceu.
Eu saí da moldura,
dei às aves os meus olhos a beber,

Não me esqueci de nada, mãe.
Guardo a tua voz dentro de mim.
E deixo-te as rosas.

Boa noite. Eu vou com as aves.


Eugénio de Andrade | 1923 - 2005 |




sexta-feira, 10 de julho de 2015

O elefante


Cada um pinta-o da cor que mais gosta, rosa, azul, branco, às bolinhas amarelas... A imaginação não tem limite.
Há uma cor no elefante (ou o aglomerado de todas elas, uma precisão da física) - o branco - que causa alguma irritação ao decisor político, mas não percebo porquê.
Irrita-se - o decisor, não o elefante - quando lhe dizem que a «obra» que mandou construir é uma aberração que só serve interesses ocultos mas que a maior parte das vezes estão à vista - se não de todos - de muitos.
Enfim...
Noticia hoje o diário espanhol "El País" que o aeroporto de Ciudad Real foi posto à venda em praça mas ninguém lhe pegou. 80 milhões de euros era o valor base.
Este aeroporto começou a funcionar em dezembro de 2008 e encerrou em abril de 2012 por ser um autêntico fiasco.
É uma estrutura para fantasmas.
Nós por cá também temos um paquiderme desta cor...




quinta-feira, 9 de julho de 2015

Silêncio, que tentação!


"O silêncio é a minha maior tentação. As palavras, esse vício ocidental, estão gastas, envelhecidas, envilecidas. Fatigam, exasperam. E mentem, separam, ferem. Também apaziguam, é certo, mas é tão raro!
A plenitude do silêncio só os orientais a conhecem."
Eugénio de Andrade | 1923 - 2005 |




quarta-feira, 1 de julho de 2015

Automóvel sem condutor


É uma realidade que se encontra ao virar da esquina.
Ainda não circulam nas nossas ruas e estradas, mas já existem. Julgo que dentro de poucos anos nos vamos cruzar (e ser conduzidos!) por eles.
Há pouco tempo, um jornal ou revista que não posso precisar, colocava a seguinte questão:
- Estão as seguradores preparadas para segurar os automóveis sem condutor?
A resposta era bastante simples:
- Não.
Ontem, o jornal espanhol El País levantava uma outra questão ainda mais desconcertante:
- Deverá um automóvel sem condutor poder decidir quem morre ou sobrevive num acidente?
Exemplo: "Deverá o automóvel sem condutor sacrificar o seu ocupante virando a direção bruscamente e fazê-lo cair num precipício para evitar matar as crianças que seguem num autocarro escolar que de repente lhe aparece à sua frente em contramão?"
É um dilema.
Os executivos da industria automobilística estão sem soluções e contrataram especialistas das áreas da ética e da filosofia para respostas plausíveis.
Wendell Wallach, investigador do Centro Interdisciplinar de Bioética da Universidade de Yale, defende - e eu concordo - que "o caminho a seguir é criar um princípio absoluto segundo o qual as máquinas não tomarão decisões sobre a vida e a morte".
É um assunto polémico e que muita tinta ainda fará correr.


Boneco em simulacro de travagem autónoma da BMW em Boxberg
Foto: Krisztian Bocsi | Bloomberg