segunda-feira, 30 de abril de 2012

Dia do Trabalhador

 
1 de maio de 1886. Era sábado, mas um sábado diferente de todos os outros em especial em Chicago, Estados Unidos da América. Neste dia e nesta cidade americana saíram à rua mais de 500 mil trabalhadores a exigir que por dia não se trabalhasse mais que oito horas. Foram barbaramente reprimidos pela polícia. Da carga policial resultaram dezenas de mortos e feridos e muitos outros foram detidos.  
Não se deixaram intimidar os trabalhadores de Chicago. Quatro dias depois – a 5 de maio – os trabalhadores de Chicago voltaram às ruas a reivindicar as oito horas de trabalho diário. Nova carga policial, muitos feridos, oito dirigentes operários presos, quatro trabalhadores foram executados e três condenados a prisão perpétua.
A luta não parou e estendeu-se a outros países, principalmente europeus. Em 1890 os trabalhadores norte-americanos conquistaram as oito horas de trabalho diário. A jornada de trabalho passou das 16 horas para as 8 horas diárias.
Hoje, como no passado, a luta continua. Luta-se por melhores condições de trabalho, melhores regalias sociais, maior respeito por quem sabe trabalhar.
Mas, nos dias que correm, cada vez se vê mais falta de respeito por quem trabalha, por quem quer trabalhar.

Por isso não fique em casa, manifeste-se!

A luta continua!

 

domingo, 29 de abril de 2012

Amantes sob escolta

 
Na passada quarta-feira namorava-se assim - com direito a escolta policial - na Praça Gerardo Barrios em San Salvador.
 

Photo: Jose Cabezas / AFP / Getty Images
 
 

sábado, 28 de abril de 2012

Popocatépetl

 
Popocatépetl é o nome do vulcão situado em Puebla, a leste da Cidade do México.
Na passada quarta-feira fumegava assim.


Photo: Ronaldo Schemidt / AFP / Getty Images

domingo, 22 de abril de 2012

Nação valente e imortal

 
 
Agora sol na rua a fim de me melhorar a disposição, me reconciliar com a vida. Passa uma senhora de saco de compras: não estamos assim tão mal, ainda compramos coisas, que injusto tanta queixa, tanto lamento. Isto é internacional, meu caro, internacional e nós, estúpidos, culpamos logo os governos. Quem nos dá este solzinho, quem é? E de graça. Eles a trabalharem para nós, a trabalharem, a trabalharem e a gente, mal agradecidos, protestamos. Deixam de ser ministros e a sua vida um horror, suportado em estóico silêncio. Veja-se, por exemplo, o senhor Mexia, o senhor Dias Loureiro, o senhor Jorge Coelho, coitados. Não há um único que não esteja na franja da miséria. Um único. Mais aqueles rapazes generosos, que, não sendo ministros, deram o litro pelo País e só por orgulho não estendem a mão à caridade.
António Lobo Antunes, o meu eterno NOBEL da Literatura na sua última crónica na revista Visão. Leia o resto da crónica aqui.
  

sábado, 21 de abril de 2012

Solidariedade


Não é uma obrigação, mas é um dever sermos solidários. Em especial com os mais frágeis, sejam eles crianças, idosos ou pessoas a viverem em pobreza extrema.
Em roda de amigos todos somos solidários. Todos condenamos os maus tratos a crianças e idosos, todos condenamos o desprezo com que a sociedade (nós !) trata os mais desfavorecidos.
Na prática a conversa é outra, a solidariedade é uma palavra vã. Temos um comportamento tipicamente hipócrita. Somos incapazes de dar a mão a quem necessita de verdade.
É mais fácil encontrar gestos de solidariedade entre os que pouco ou nada têm, como retrata cruelmente o cartoon de Valery Doroshenko, ucraniano, 3º prémio no Portocartoon 2012.
 

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Feios, porcos e maus

  
É assim que a Argentina se está a comportar em relação à Espanha.
Com o título "Adorar o Estado, idolatrar Cristina" escreve Pedro Guerreiro no Jornal de Negócios este artigo que transcrevo com a devida vénia:

Quando a poderosa indústria da carne de vaca não cedeu, Cristina Kirchner reuniu-se com o lóbi rival e declarou aos jornalistas: a carne de porco aumenta a potência sexual; é melhor que Viagra; e, palavras suas, houve mesmo uma noite "impressionante" com o marido, Néstor, após um jantar porcino. O que aconteceu? A venda de porco disparou. O lóbi da vaca cedeu. E a Presidente ganhou. Ganha sempre. Mesmo quando perde a Argentina. Como agora, com a nacionalização da YPF.

Pedro Santos Guerreiro in Jornal de Negócios 19/04/2012

  

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Antecipadamente reformado

    
Criou-se um sururu com a decisão do governo de suspender a reforma antecipada. Confesso que não percebo porquê. Sou frontalmente contra a antecipação da reforma. Salvo nos casos clinica e devidamente comprovados, todos os restantes deveriam ser reformados aos 65 anos. Ou 60, se assim se legislasse. Nunca, mas nunca, uns aos 40, outros aos 50, outros…
É uma descriminação estúpida. Ignóbil.
Estou reformada há mais de cinco anos, mas apenas me reformei aos 65 anos. Até essa idade trabalhei, sempre.
Há pessoas que, por exercerem cargos públicos durante uns anos, têm direito a reforma choruda. É um escândalo. Um roubo, em minha modesta opinião.
Disse o ministro Mota Soares que se o governo tivesse anunciado antecipadamente esta medida teria havido uma corrida louca às reformas antecipadas. Não sei se o senhor ministro se estava a referir aos políticos se aos chicos espertos…
  

domingo, 8 de abril de 2012

Aleluia, Cristo está no meio de nós!

 
Da página 2 do boletim paroquial de Quintos «O Sino» edição de abril de 2012, retiramos, com a devida vénia, este texto de autoria do senhor diácono José da Rosa Costa.
 
CRISTO ESTÁ VIVO!

Os Apóstolos e discípulos testemunharam a Ressurreição de Jesus. O Senhor apareceu-lhes vivo, e não só a eles, mas também a muitas testemunhas e, em diversas circunstâncias, às mulheres que O acompanharam, a Pedro e João, aos discípulos de Emaús, aos Apóstolos no Cenáculo, a Tiago, aos discípulos quando pescavam, a Paulo a caminho de Damasco.
Inicialmente, os Apóstolos não queriam acreditar, pois o facto, apesar de pré-anunciado na Última Ceia, era tão estranho, quanto impossível para eles, mas tiveram de render-se à evidência: «Vi o Senhor! Vimos o Senhor!».
Jesus falava com eles, deixava-Se tocar, comia com eles. Não foram testemunhas oculares no próprio momento do acontecimento, mas experimentaram a Sua presença.
É esta experiência que a Igreja vive hoje. Não seria possível, e é inexplicável a entrega de tantas pessoas a Cristo e aos pobres, se Jesus não tivesse ressuscitado. Toda a História da Igreja é prova da Ressurreição.
Tal como o apóstolo Paulo, também nós cristãos, afirmamos: «Se Cristo não tivesse ressuscitado, então, seria vã a nossa fé».
A passagem de Jesus da morte à vida, do túmulo à Glória, dum corpo mortal a um corpo glorioso e espiritual, é, sem quaisquer dúvidas, o maior acontecimento da nossa fé. A Sua vitória sobre a morte e sobre o pecado é a nossa vitória, a fonte e a certeza da paz e da alegria. Cristo não só deu origem a uma nova Religião, Ele venceu a morte, está vivo e continua-Se connosco até à consumação dos séculos.
Quando as Santas mulheres vão ao túmulo procurar o cadáver de Jesus os Anjos afirmaram: «Não está aqui, ressuscitou».
Jesus foi flagelado, crucificado, padeceu o martírio de sangue, entregou voluntariamente a Sua vida, morreu como o grão de trigo para gerar nova vida. Mas agora está vivo e ressuscitado! «Não está aqui», no túmulo, mas sim por toda a parte pelo poder da Sua divindade. Está em cada coração que aceita a Sua Graça e o Seu perdão; está vivo no seio da Sua Igreja. Precisamos de O descobrir nestas presenças; não procurar no meio dos mortos Aquele que vive, presente de muitas maneiras e de muitos modos mas sempre o mesmo Jesus. O vidente, o Senhor da Vida e da Morte. Descobri-l’O nestas presenças é encontrar o Ressuscitado em cada momento, em cada canto, em cada esquina da vida, em cada flor, em cada manhã…
Ressuscitou! Está no meio de nós, sim no meio de nós agora e sempre. Ele é o Verbo encarnado, a Palavra e o Rosto do Pai; presente também na Sagrada Escritura e na Eucaristia como fonte de vida, de graça, de alimento e de força.
Ele «Não está aqui» no sepulcro, mas estará sempre no coração do homem quando quiser abri-lo à Sua presença e à Sua Graça.

Diácono José Rosa Costa in «O Sino» abril de 2012
 

sábado, 7 de abril de 2012

Jesus descido da cruz

 
No escuro da basílica do Santo Sepulcro em Jerusalém, centenas de franciscanos e religiosos de todo o mundo fizeram silêncio e depositaram “o Senhor no túmulo e encerraram as portas”.
“Aqui deixámos o Senhor, figurado numa belíssima escultura articulada do Crucificado” que, por razões “do Statu quo, não poderá aí permanecer até ao raiar do domingo”, relata o sacerdote português José Nuno Silva, à Agência Ecclesia.
Um canto “o Miserere mei Deus” quebrava o silêncio que ao longo da procissão conduziu os participantes às Capelas do Calvário, lugar onde quatro diáconos libertam Jesus da cruz.
“Outro diácono toma um martelo e bate três vezes na extremidade direita da trave horizontal da Cruz, com a tenaz retira o Cravo da Mão do Senhor, mostra-o claramente a todos, silêncio, coloca-o na bandeja e o Braço tomba, o primeiro diácono com o martelo bate três vezes na extremidade esquerda da trave horizontal da Cruz, toma a tenaz e retira o Cravo da outra Mão, mostra-o em volta, silêncio”, recorda o sacerdote José Nuno.
Deposta a imagem do corpo de Jesus e descido da cruz e preparado para a sepultura, o Custódio da Terra Santa “incensou a entrada da edícula da Anastásis e fechou as suas portas, depois de ter visitado o que deixou jacente, aqui, no lugar onde, segundo a Tradição, Jesus foi sepultado”.
“Esta foi a única das procissões na basílica em que as velas se extinguiram, ou sobrou pequenino coto, nos nossos dedos”, assinala o padre José Nuno que relata à Agência Ecclesia as celebrações da Semana Santa na cidade onde Jesus morreu.
    

Cadeiras vazias

 
Cadeiras vermelhas vazias. 11.541, uma por cada vítima em Sarajevo, durante a guerra da Bósnia.
Esta recordação dos que caíram durante o conflito Bósnio realizou-se ontem em Sarajevo nas comemorações do 20º aniversário do início desta guerra.

 
Photo: Fehim Demir / EP
 

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Dia Santo

  
Perigrina cristã beijava ontem a Pedra da Unção na Igreja do Santo Sepulcro na cidade velha de Jerusalém.
Photo: Bernat Armangue / Associated Press
 

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Home, sweet home

   
O lar deveria ser sempre o local de maior doçura na vida de um ser humano.
É lá que nos sentimos seguros. É lá que passamos mais de um terço das nossas vidas. É lá que somos felizes, mesmo em tempos de crise.
Mas lar é também o contrário de bem-estar, de felicidade. Este lar a que me refiro é aquele local em que se depositam os velhos que nos atrapalham a vida.
Depositam-se em lares de terceira idade e dizemos para nós mesmos: “Está lá muito bem! É muito bem tratado!”. Acreditamos nisso… Ou fazemos que acreditamos. Outros há que, com a desculpa de uma «dor», os levam à urgência hospitalar e «esquecem-se» de os ir buscar.
Hoje fui ao lar da Salvada visitar uma velha amiga e parente distante que lá foi depositada.
Mal me viu, de olhos rasos de água e agarrada a mim, apenas murmurava «Ai o meu menino!» e acariciava-me como se fosse filho dela.
Perguntei-lhe pelos filhos.
- Sabes, Luís – respondeu – eles têm a vida deles, muitos afazeres e não têm tido vagar de me visitar.
Soube que desde setembro não visitam a mãe. É um crime!
Estes velhos vivem na esperança de lhes chegar um familiar com um gesto de ternura, uma pergunta sobre o seu estado de saúde, um beijo.
A cada dia que passa vão dizendo «talvez amanhã» esse familiar chegue.
Muitas vezes chega apenas com a notícia do óbito para arrecadar alguns tostões que o velho deixou.
Este lar não é doce, tem um travo demasiado amargo.
  

domingo, 1 de abril de 2012

A Praça (I)

 
Quintos, 2 de abril de 1962. Era segunda-feira e, como todas as segundas-feiras, houve praça na minha aldeia. Homens e mulheres assalariados agrícolas reuniam-se sob uma chuva miudinha no largo da ponte, junto à nogueira na entrada de Quintos. Aguardavam ansiosamente por um patrão. Ou melhor, por um emprego. Os patrões menos ricos e os lacaios dos patrões mais ricos (sim, porque os mais ricos mandavam os seus lacaios ou feitores) vinham comprar mão-de-obra à praça.
Os patrões estabeleciam o valor da jorna para essa semana. Após a pergunta de quem estava interessado nessa jorna, escolhiam os mais aptos, os mais fortes, os que menos problemas levantavam, isto é, os que não demonstravam consciência de classe. Os fracos, os doentes, os que gostavam de defender os seus interesses e os interesses dos camaradas eram pura e simplesmente excluídos. No final da praça, se houvesse necessidade de mais mão-de-obra, os excluídos eram contratados a um preço mais baixo que os primeiros.
A segunda-feira era o dia em que menos se trabalhava. As negociações na praça, por vezes, estendiam-se até perto das 10 horas da manhã. Mas este tempo perdido tinha obrigatoriamente que ser compensado nos restantes dias da semana.
Trabalhava-se de sol a sol. As oito horas começariam a ser reivindicadas no mês de maio desse ano.
Não havia subsídio de desemprego. Não havia reformas. Não havia assistência médica nem medicamentosa. Quando os dias de intempérie (havia muitos nesses tempos) não permitiam a realização do trabalho, os assalariados eram mandados para casa… Sem salário.
  

Domingo de Ramos

 
Hoje é Domingo de Ramos.
Domingo de Ramos é o dia em que se celebra a entrada triunfal de Jesus Cristo em Jerusalém.
Foi nesse dia que Jesus Cristo, entrando no Templo de Deus, expulsou todos os que vendiam e compravam no Templo (Mt 21:12).
Porém, 500 anos antes, já Zacarias tinha profetizado esta entrada triunfal: "Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém: eis que aí vem o teu Rei, justo e salvador, humilde, montado em jumento, num jumentinho, cria de jumenta" (Zc 9:9). Mateus regista no seu Livro a realização dessa profecia ""...trouxeram a jumenta e o jumentinho. Então, puseram em cima deles as suas vestes, e sobre elas Jesus montou. E a maior parte da multidão estendeu as suas vestes pelo caminho, e outros cortavam ramos de árvores, espalhando-os pela estrada. E as multidões, tanto as que o precediam como as que o seguiam, clamavam: Hossana ao Filho de David! Bendito o que vem em nome do Senhor! Hossana nas alturas!" (Mt 21:7-9).
Este acontecimento deu-se no domingo antes da crucificação de Jesus Cristo.
É em memória deste evento que nós celebramos o Domingo de Ramos. Este dia tem esse nome por causa dos ramos de palmeira que foram colocados na estrada enquanto Jesus montava no jumento a caminho de Jerusalém.