quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

A prenda, aprenda a dar


Esta noite é uma noite especial, é a noite em que miúdos e graúdos abrem as prendas que lhes couberam no sapatinho.
Todos nós gostamos de receber prendas, no Natal ou em qualquer outra altura do ano. São sempre bem-vindas!
Mas a dádiva de uma prenda como símbolo de amizade e gratidão não se deve esgotar - bem pelo contrário - no objeto em si, deve ser muito mais que isso.
É exatamente isso que devemos transmitir aos nossos filhos e netos, antes que seja tarde de mais.
Festas felizes a todos.




quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

O antigo dono


Antigamente havia um homem que era dono disto, daquilo e do outro.
Agora, é apenas dono disto e daquilo. Deixou de ser dono do outro. O outro agora é outro, é novo. Também há um velho, mau e sem valor, mas deste último pouco se fala, é para esquecer.
No meio desta guerrilha de banqueiros uma coisa me intriga: não percebo o nervosismo que o nome Ricardo Salgado provoca a certas hostes do Partido Socialista.
Porque será?

 
Foto: Expresso


terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Anunciação


«Naquele tempo, o Anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, a uma Virgem, prometida em casamento a um homem chamado José. Ele era descendente de Davi e o nome da Virgem era Maria.
O Anjo entrou onde Ela estava e disse: "Alegra-Te, cheia de graça, o Senhor está contigo!"
Maria ficou perturbada com estas palavras e começou a pensar qual seria o significado da saudação.
O Anjo, então, disse-Lhe: "Não tenhas medo, Maria, porque encontraste graça diante de Deus. Eis que conceberás e darás à luz um Filho, a quem porás o nome de Jesus. Ele será grande, será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus Lhe dará o trono de seu pai Davi. Ele reinará para sempre sobre os descendentes de Jacó, e o seu Reino não terá fim."
Maria perguntou ao Anjo: "Como acontecerá isso, se Eu não conheço homem algum?"
O Anjo respondeu: "O Espírito virá sobre Ti, e o poder do Altíssimo Te cobrirá com a sua sombra. Por isso, o Menino que vai nascer será chamado Santo, Filho de Deus. Também Isabel, tua parenta, concebeu um filho na velhice. Este já é o sexto mês daquela que era considerada estéril, porque para Deus nada é impossível".
Maria, então, disse: "Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em Mim segundo a tua palavra!"
E o Anjo retirou-se.»

Lc 1, 26-38


Imagem: Óleo sobre tela, Leonardo Da Vinci


domingo, 14 de dezembro de 2014

Psiu! É segredo


A violação do segredo de justiça incomoda-nos sempre quando os nossos amigos são os arguidos, todavia provoca-nos risinhos quando a vítima (leia-se arguido) é nosso inimigo, adversário, concorrente, etc.
Isto é o que se passa no seio da média e alta burguesia, no seio dos poderosos.
O pobre, esse, nem dá por nada quando o segredo de justiça do seu caso é violado. E é quase sempre. É fácil (e barato) violá-lo.
Mas o processo de pobre não tem direito a segredo de justiça. Bastas vezes nem a Justiça.
Ontem, escrevia Maria José Morgado no Expresso:

"O alarido reinante sobre o segredo de justiça é artificial. O que se pretende é o julgamento da Justiça. Não devemos temê-lo enquanto prestação de contas de uma magistratura independente em processos cujas investigações visam arguidos poderosos, personalidades politicamente expostas, factos sensíveis à vida da comunidade. As inflamadas proclamações sobre a violação do segredo só acontecem nestes casos. Processo de pobre não tem essa delicadeza."


 

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Amigos


Todos temos amigos, uns mais outros menos mas não há ninguém que não tenha amigos. Fica-nos sempre bem defender os nossos amigos mas nunca devemos perder do horizonte a linha que nos separa do exagero, por vezes, nas situações mais extremas, do ridículo.
Os nossos amigos - tal como nós - também erram, não são santos, felizmente.
Vem isto a propósito dos amigos de José Sócrates, ou pelo menos, daqueles que fazem o seu julgamento na praça pública (à semelhança dos seus detratores).
Sem outros considerandos, apenas afirmo que subscrevo, transcrevo um pequeno trecho da crónica de Ricardo Araújo Pereira na revista Visão de hoje:

«Guardo a minha afeição para um conjunto de coisas realmente importantes, ao qual não pertencem actuais ou antigos primeiros-ministros. Eu gosto, por exemplo, de arroz doce. Mas não se pense que simpatizo especialmente com gelatina. No entanto, se uma taça de gelatina ou um prato de arroz doce forem acusados de corrupção, branqueamento de capitais e burla agravada, espero que tenham um julgamento justo. Não virei para a rua gritar que o arroz doce é inocente e que a gelatina nunca me enganou.»


Ilustração: João Fazenda in  Visão


segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Restauração de quê?


Há 374 anos um grupo de homens - Os Quarenta Conjurados - decidiu pôr fim à União Ibérica e restaurar a independência de Portugal. Foi no dia 1 de dezembro de 1640.
Até há pouco tempo era feriado nacional para que o feito desses heróis não fosse esquecido e para lembrar a todos que Portugal era e deveria continuar a ser um país independente.
Já não é feriado nacional, entenderam os nossos governantes que não fazia sentido este feriado.
Concordo plenamente, há muito que a nossa independência acabou, não para uma União Ibérica mas para uma União mais vasta, Europeia de seu nome.
Já não há conjurados neste país, ou teremos que esperar outra vez 60 anos?