Nesta década que está a findar tivemos (e mantém-se) um caso
gritante de populismo, Donald Trump. Para nos abanar a consciência
outro se perfila, Jair Bolsonaro.
Apelidar de burros americanos ou brasileiros é, honestamente,
leviano. Se fossemos saber ao certo o que é que muitos portugueses
têm a dizer sobre alguns dos pontos mais polémicos das ideias de
Bolsonaro perceberíamos que são muitos, muitos mesmo, os que se
identificam, os que pensam que algumas coisas “até fazem sentido”,
os que não teriam coragem de, cara a cara, dizer o que efetivamente
pensam com medo do politicamente incorreto, mas concordariam com as
atrocidades que o candidato fascista brasileiro diz e defende.
Bom, então porque é que em Portugal quem defende ideias de
extrema-direita tem sempre resultados inexpressivos? Porque a essas
pessoas falta aquilo que Bolsonaro ou Trump têm de sobra: fatos
caros e vistosos, discursos que pretendem unicamente dizer aquilo que
as pessoas querem ouvir, com soluções simples e populistas para
problemas sérios e complexos, e umas caras de pau do tamanho do
mundo para conseguirem dizer tudo como os malucos com o ar mais sério
do mundo. E isso, em política, vale muito, muitos votos, muito apoio
silencioso.
Fonte: Ricardo M Pereira | Magg 12-10-2018
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