Eu –
pecador me confesso e me penitencio – tiro o meu chapéu ao
brilhante texto de Ruy Ventura no DA de ontem.
É
uma autêntica pedrada em muitos (em mim, inclusive), um pequeno
excerto, com a devida vénia:
«Ataques
Existe
uma grande distância entre o ataque, quase sempre injurioso, e a
crítica ponderada, ainda que dura, duríssima mesmo.
Atacam-se
os padres, quando dá jeito e se quer atingir certos objetivos.
Atacam-se os políticos… Atacam-se os professores… Atacam-se os
polícias… os médicos… os juízes… os advogados… os
funcionários públicos… quando dá jeito e se quer atingir certos
objetivos… quase sempre inconfessáveis. Ou quando é mais fácil
cuspir na cara dos outros do que olhar para o espelho e ver a nossa
pobre imagem refletida (…).
Dou
por mim a pensar que, na doutra ciência dos autores, da miríade de
autores desses ataques, (…) [os atacados] nasceram de geração
espontânea e vivem sozinhos ou, então, em comunidades fechadas. Ou
seja, não têm avós, nem mães, nem pais, nem filhos, nem primos,
nem sobrinhos, nem tios, nem vizinhos, nem nada desse género…
Aliás, na opinião de certos doutos, as pessoas que atacam – com
bons ou maus pretextos – não devem pertencer à mesma espécie
humana onde se incluem os seus achincalhadores.
Por
isso lhes chamam “animais”, “monstros”, “filhos da puta”,
“cabrões”, “chulos”, etc, etc. (…)».
Ruy
Ventura, poeta e ensaísta in Diário do Alentejo de 14-09-2018
Foto:
Woman, Inc.
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