A
crise de 1383-1385. Portugal tinha terminado há pouco uma guerra
frutuosa, mas extenuante com a reconquista do território aos árabes.
Para piorar as coisas, o ano de 1383 fustigou o nosso país com
períodos longos de chuvas que provocaram escassez de cereais e
levaram muitos portugueses à fome e à morte. Para piorar o cenário
há que juntar outro mal, a falta de higiene (normal e usual na
época) provocou epidemias, a pior delas a peste.
A
22-10-1383 morre o rei D. Fernando que agudizou a situação ao
deixar a sucessão do trono complicada, uma vez que D. Beatriz é a
sua única filha e está casada com o rei de Castela.
A
sucessão do trono origina um conflito. De um lado, o clero e a
nobreza a apoiar D. Beatriz, do outro, a burguesia e o povo que
apoiavam D. João, o mestre de Avis. Quando morre D. Fernando, a sua
mulher, D. Leonor Teles, influenciada por conde Andeiro, decide
aclamar D. Beatriz como rainha de Portugal. O caldo entornou-se!
Alguém tinha que que acabar de vez com o conde Andeiro. O escolhido
para essa missão foi D. João, filho bastardo de D. Pedro, mestre da
Ordem Militar de Avis e meio-irmão
de D. Fernando. Em 6 de dezembro de 1383, D. João entra no paço com
um grupo de homens armados e mata o conde Andeiro. Rebenta a crise.
D.
João de Castela, a pedido de D. Leonor Teles, cerca Lisboa a
29-05-1384. Heroicamente os habitantes de Lisboa, comandados por
mestre de Avis resistem à fome e à peste negra. O exército
castelhano não resistiu à peste e foi
forçado a levantar o cerco e bater em retirada.
A
6 de abril de 1385, nas cortes de Coimbra, foi aclamado D. João
mestre de Avis rei de Portugal. Os castelhanos não gostaram e
invadem de novo Portugal. A 14 de agosto de 1385, em Aljubarrota,
perto de Leira, deu-se a célebre batalha onde o poderoso e numeroso
exército castelhano foi totalmente derrotado por cerca de 10 mil
portugueses.
Como forma de
agradecimento pela vitória, D. João I mandou construir o
Mosteiro
da Batalha.
Imagem:
Batalha de Aljubarrota de Jean de Wavrin
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