Depressão, o que
é?
«A depressão é
uma perturbação mental, mais concretamente uma perturbação do
humor, que afeta tanto o cérebro como o corpo. No entanto, é
importante lembrar que a depressão tem tratamento.»
O mais grave na
depressão é que ela é invisível ao seu portador e, pior que isso,
quando se apercebe deste estágio tenta camuflá-la a quem o rodeia.
Sobre este
assunto cada vez mais atual, transcrevo parte do artigo/entrevista de
Ana Pimental in Observador à Doutora Alison Darcy que poderá ler
aqui.
«Não sei onde
está a ler este email, mas se desviar os olhos do ecrã durante dois
segundos e olhar à sua volta, atente nisto: uma em cada quatro
pessoas que o rodeiam está a sofrer, já sofreu ou há-de vir a
sofrer
com uma depressão. Se lhe perguntar se está tudo bem, o mais
provável é que responda: “Claro que sim e contigo?”. Se for à
sua página de Facebook, Instagram, Twitter ou blogue, vai estar tudo
melhor ainda: não faltará sentido de humor apurado sobre os mais
diversos tópicos e polémicas, nem as fotografias em eventos e
sítios de fazer inveja a todo e qualquer comum mortal que nunca tem
tempo para nada.
O tema não é
novo. A pressão
das redes sociais e a epidemia
da solidão digital vieram enaltecer um estigma que é antigo e
que todos nós conhecemos relativamente bem: que a depressão é
coisa de “fracos” e que a ansiedade
“está toda na nossa cabeça”. Quantas vezes já ouviu alguém
dizer que “as tristezas não pagam dívidas”? Mas
pagam: não há dívida mais prejudicial ao nosso bem-estar do
que a emocional.
Alison Darcy
conhece bem esta realidade: doutorada e investigadora em psicologia
clínica na Universidade de Stanford, nos EUA, depois de ter
trabalhado com pessoas que estavam mentalmente muito doentes,
percebeu que quanto mais cedo chegasse a elas, melhor. E
com um sistema de inteligência artificial que se socorre de táticas
da psicologia cognitiva comportamental decidiu ajudar quem está
emocionalmente mais vulnerável. Foi assim que nasceu o Woebot,
um robô amarelo que tem pouco mais de um ano, com quem qualquer
pessoa pode trocar mensagens (em inglês) sobre o seu estado de
espírito.
A ideia não é a
de substituir ajuda profissional, disse-me Alison, é a de encorajar
a partilha entre humanos. Um sistema de inteligência artificial bem
humorado pode ser bom para afastar um pensamento negativo, mas nunca
substituirá aquilo que no fim do dia realmente interessa: quem
esteve lá, quem perguntou, quem nos ouviu, quem nos abraçou e quem
se lembrou.
Todos nós temos
o nosso pequeno exército amarelo a quem recorrer. Usem o vosso, por
favor ☺ Até terça!»
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