domingo, 24 de janeiro de 2010

A Escola com Futuro

É impossível falar de futuro sem falar de escola. É na escola que o futuro se talha. Para bem ou para mal dos nossos pecados.
Defender a laicidade da escola é tão discutível quando defender o contrário. A escola deve ser um caldo de formação, não apenas académica, mas cívica, cultural, intelectual e, já agora, religiosa.
Mas aqui levanta-se o problema: que religião?
Católica apostólica romana?
Ortodoxa?
Judaica?
Islamita?
E os extremistas (ou puristas, dependendo da perspectiva) proíbem-se com a aplicação da metodologia talibã, mas aqui com sinal contrário?
Não me estou a referir ao ensino em Portugal nem na Rússia, mas genericamente.
Em Portugal é fácil: religião católica apostólica romana. Na Rússia cristã ortodoxa.
Mas e as outras religiões? Iriam ficar caladas?
É claro que não.
Só que em Portugal a Igreja Católica cataloga-os como seitas. Curiosamente aqui na Rússia a Igreja Ortodoxa utiliza o mesmo adjectivo para todas as restantes religiões.
Em Portugal, no tempo de Salazar, provavelmente seriam adjectivadas como comunistas.
Na Rússia, no tempo de Estaline, provavelmente seriam adjectivadas como fascistas.
Adjectivos diferentes. Objectivos iguais.

D. José Policarpo, cardeal patriarca de Lisboa, dizia hoje na Universidade Católica de Lisboa que “a guerra aos símbolos religiosos é, hoje, na Europa, um sinal preocupante”.
Não sei se se estava a referir à retirada dos crucifixos das escolas portuguesas, se à proibição de construção de mesquitas na Suíça ou à proibição de uso de burka em França.

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