O
editorial desta semana de Paulo Barriga no Diário do Alentejo é
sobre uma ‘provocação’ do jornal Washington Post (WP). Propôs
este jornal americano que um virtuoso intérprete de violino fosse
tocar, anonimamente, numa estação de metro da capital dos EUA em
plena hora de ponta. Resultado, como seria de esperar, apenas 7
(sete) pessoas se detiveram vagamente para ouvir a sua récita.
Récita, que não rendeu mais que uns míseros 32 dólares. Dez dias
depois, esse mesmo violinista atuou em Boston com lotação esgotada
e bilhetes a mais de 100 dólares.
Serviu
esta “provocação”, segundo os editores do WP, para perceber “se
somos ou não capazes de reconhecer a beleza das coisas em ambientes
aparentemente incomuns e a horas supostamente inapropriadas ou se
conseguimos identificar o verdadeiro talento em contextos
inesperados”. E, remata Paulo Barriga, “Se não temos
vagar para apreciar a interpretação de alguns dos mais belos
trechos musicais alguma vez concebidos pelas mãos de um dos melhores
músicos da atualidade, imagine-se a quantidade de coisas
verdadeiramente extraordinárias que todos os dias nos passam ao lado
sem que delas sequer nos apercebamos”.
São
efetivamente muitas as coisas que nos passam ao lado, que não vemos
ou fechamos os olhos para as não ver.
Quando
estamos em grupo (quer de amigos, quer de desconhecidos) o nosso
comportamento altera-se radicalmente e agimos, por norma (ou
anormalmente!), sem raciocinar. É o que em psicologia se chama
‘efeito manada’.
E,
por favor, ninguém atire pedras, porque telhado de vidro todos
temos…
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