Publica
hoje o Jornal Económico uma entrevista a André Silva, líder do
PAN, do qual transcrevemos 2 perguntas e 2 excertos de resposta:
«P: O
Governo acaba de lançar uma campanha de sensibilização para a
poupança de água dirigida aos consumidores domésticos. Mas os
setores da indústria e da agricultura são responsáveis por cerca
de 80% do total de água doce consumida em Portugal. Como é que se
explica este paradoxo de uma campanha que não se dirige aos grandes
consumidores de água, onde o combate ao desperdício poderia
realmente fazer a diferença e mitigar os efeitos da seca?
R: Por cegueira
ideológica. A pecuária e a agricultura representam cerca de 75 a
80% do gasto de água do país e desconsiderar estes dados é omitir
a verdade aos cidadãos. A força destes setores na política
nacional é transversal a todos os partidos, da esquerda à direita,
e isso vê-se factualmente na votação de subsídios a estas
indústrias.
P: Em
média, estima-se que um campo de golfe com 18 buracos consome entre
1,5 e 2 milhões de litros de água por dia. Todos os dias. Em
Portugal há pelo menos 91 campos de golfe ativos. Estimativa global:
consomem entre 136 e 182 milhões de litros de água por dia. Todos
os dias. Porque é que o Governo não restringe o consumo de água
dos campos de golfe, tendo em conta a situação de seca extrema no
país? E esse consumo dos campos de golfe é contabilizado como
“doméstico”, “indústria” ou “agricultura”?
R: Por motivos
ideológicos, mais uma vez. Assistimos mais uma vez à subjugação
do ambiente pela economia. O golfe é um ativo turístico muito
presente em todos os governos portugueses. »
Também
no mesmo jornal, num artigo de opinião intitulado “Destruir o
planeta para criar milionários”, escreve Pedro Miguel Cardoso,
investigador, algo que pode encaixar que nem uma luva na entrevista
de André. Um pequeno excerto:
«O
mundo está cada vez mais rico. Mas quais são os custos humanos e
ecológicos desse aumento da riqueza global? Será que a esmagadora
maioria da população global está a ser beneficiada por esse
aumento?»
Pois...
Atão nam tá?!
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