Há
mulheres assim, como que do outro mundo.
Invejo-as,
eu não sou assim. Nunca fui.
Idade,
29 anos, mãe
solteira de uma criança de três anos. Mineira.
Ser mãe solteira, nos dias que correm, já é uma tarefa bem pesada, demasiado árdua. Juntar a este estado a profissão de mineira (não de superfície, tipo lavadaria ou outro, mas lá nas profundezas onde poucos ousam ir) é, para mim, do outro mundo! Sinto um enorme orgulho nesta Mulher!
“Prontuário de Gerúndios”, assim se chama a coluna do Diário do Alentejo que esta semana trouxe, para conhecimento de todos nós, a ousadia desta Mulher, Lídia Gamito de seu nome.
Um pequeno excerto do artigo do DA:
«“Temos
de estar sempre atentos aos barulhos”. Aos rumores das máquinas e
às próprias contorções da terra. As minas também falam. Entender
o que dizem pode fazer toda a diferença. Quanto ao resto,
“entregamo-nos todos os dias nos braços de Santa Bárbara”.
Principalmente eles, os jumbistas, os operadores dos poderosos
engenhos mecânicos que revolvem o subsolo em busca de riquezas
minerais. Na mina de Aljustrel quem disser “eles” terá que
acrescentar “ela” (…)
“É
um mundo de homens, uma mulher até parece que está lá
infiltrada”.»
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