Às vezes –
muitas, demasiadas até – dizemos mal deste país a que pertencemos
(e que nos pertence!) como se ele não fosse apenas e só o reflexo
de todos nós. Falo de Portugal, se se passa o mesmo em outros pouco
me importa.
Às vezes, também,
ouvimos e lemos testemunhos de uma Portugalidade vindos de onde menos
se espera e nos comovem. Falo por mim, obviamente.
É um pequeno/grande
testemunho dessa Portugalidade que Vos quero apresentar. Trata-se de
um artigo intitulado “Ki Nobas?” publicado em 15-03-2011
no extinto sítio Raia Diplomática de autoria de Cátia Candeias. Um
pequeno excerto:
«Um dia, uma
amiga chinesa visitou-me em Malaca e levei-a a conhecer a comunidade.
Cruzámo-nos com o Senhor António, que caminhava com o seu carrinho
de mão e as suas redes de pesca ao longo da rua Teixeira.
Apresentei-o falando em inglês, dizendo que era o meu amigo António.
A minha amiga disse “Hello Anthony”, ao qual ele respondeu “My
name is António, Portuguese name” apertando a mão e sorrindo.
(…) Conheço gente com verdadeira alma lusitana sem nunca terem
visitado Portugal. Sentem-se portugueses, sem renegarem a sua
nacionalidade Malasiana. Houve uma evolução diferente do Português
na comunidade luso-descendente de Malaca, uma evolução que resultou
da simples vontade e necessidade de querer comunicar na língua
materna. Foi esta vontade, este sentir, esta necessidade de se
identificarem com os seus antepassados que permitiu que ainda hoje se
possa ouvir em Malaca: “Sou Português”.»
Sinto-me pequeno
perante este tipo de testemunhos.
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