É isso mesmo, nada
tenho a acrescentar àquilo que Vítor Encarnação escreve na sua crónica “nada mais havendo a acrescentar…” (que transcrevo e
subscrevo) no Diário do Alentejo desta semana.
Há
pessoas que se acham o sol, dizia o homem sentado numa cadeira da
esplanada. Há pessoas que entendem ser uma espécie de escolhidos
para comandarem todos aqueles que os rodeiam. Pensam que foram
enviados por um poder maior para reinarem sobre os seus súbditos,
esses homens e mulheres comuns, esses pacóvios que têm a mania que
podem ter opiniões diferentes das suas. Quem não é por mim é
contra mim, gritam junto dos seus pajens e dos seus lacaios. São
seres predestinados, mentes iluminadas, donos das verdades absolutas
e caminham sobre as andas da sua altivez e da sua sede de vingança.
Espalham o medo, gritam autoridade, arvoram-se em justiceiros. Medem
a condição do mundo pela dimensão do seu egoísmo. Desde que elas
estejam bem, o mundo pode cair, os princípios podem perecer, a moral
pode ir dar uma volta, a memória pode prescrever. Eu. Eu. Eu. E
depois de mim, eu. E os meus e os que me defendem. Espelho meu,
espelho meu há alguém com mais direitos do que eu? Pois é meus
amigos e colegas de esplanada, vocês não têm idade para saber que
era gente desta que suportava a ditadura e tinha rédea solta para
humilhar e para amedrontar, era gente desta que matava a dignidade.
Tenham cuidado, eles andam por aí e não são poucos.»
Vítor
Encarnação in DA 1767 de 04-03-2016
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