O
editorial do “Diário do Alentejo” desta semana, escrito,
como é hábito, pelo seu Diretor Paulo Barriga, tem o título
Labregos.
Sem
entrar na campo da etimologia, digo-lhe, caro leitor, que também sou
Labrego e com muito orgulho!
Mais,
subscrevo na íntegra o que Paulo Barriga escreveu!
Um
pequeno excerto do editorial que poderá ler na sua totalidade aqui.
«Labregos
(…)
Sou freguês de uma aldeia ao redor de Beja, mas pago impostos como
paga o patrício da freguesia do Parque das Nações. Pelo que não
me parece nada equitativo, fundado e até legítimo que o companheiro
de Lisboa desfrute de meia-dúzia de hospitais à escolha
carregadinhos de médicos até aos sótãos e, às minhas filhas, nem
sequer lhes seja distribuído um simples médico de família.
Alabregado, como já o disse, pensava eu que havia falta de médicos
em Portugal. Mas não. Não há. Há é falta de médicos no Serviço
Nacional de Saúde. O setor privado está muito bem e recomenda-se. E
até estamos a exportar boa matéria-prima para os países ricos do
norte europeu. A abundância de médicos em Portugal é de tal ordem
que, esta semana, a Associação Nacional de Estudantes de Medicina,
veio reclamar ao Governo uma redução no número de alunos que
anualmente tem acesso à universidade. Dizem que os estudantes e os
médicos nas grandes cidades são tantos que até encalham uns nos
outros em certas aulas práticas. A imagem até seria cómica, não
fosse tão triste o cenário. Há gente neste País que morre por
falta de assistência médica e estes lorpas a quem pagamos o curso
(meio milhão de euros entre formação básica e especialidade), que
estudam nas universidades públicas e que se formam em hospitais do
Serviço Nacional de Saúde, sempre às nossas tenças, ainda têm a
lata e o despudor de vir fazer exigências cretinas.»
Sem comentários:
Enviar um comentário