sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Desengravatados


É um estilo, uma marca que facilmente fica na retina. A recusa do uso da gravata - no homem, obviamente - dá-lhe uma imagem de não apenas informal, mas sobretudo falta de apego ao poder, à riqueza e, até mesmo, nojo de superioridade.
Falsa imagem, como todos sabemos. O homem não é o que aparenta, mas tão só o que é.
Em Portugal - colocando de parte as exceções - sempre vimos o homem da direita ou extrema direita engravatado; em contrapartida o homem de esquerda ou extrema esquerda sempre optou pela ausência da gravata mesmo em cerimónias oficiais. Recordo-me dos primeiros tempos de Democracia em que todos os políticos do Partido Comunista - deputados e dirigentes - não usarem gravata; hoje, há deputados do PCP, e até mesmo o seu secretário geral em cerimónias oficiais, que usam gravata. Por cá, parece que esse estilo ou imagem apenas se mantém na malta do BE.
Na Grécia, desde o passado domingo, desengravatado é o estilo oficial, o fato de gala!
- É grave?
- Não.
O governo grego quer o salário mínimo nos 751 euros contra os atuais 586 euros. Bravo!
Quando tomamos a rédea de uma empresa à beira da falência (hoje diz-se insolvência) e a primeira medida que nos vem à ideia é aumentar os salários, bom, está tudo dito. 
Nada mais havendo a acrescentar, dou por encerrada a sessão.

Foto: EPA