quarta-feira, 23 de novembro de 2011

A Greve Geral

 
Uma greve geral deveria, como a palavra indica, ser para todos.
Quando digo todos refiro-me, obviamente, àqueles que querem fazer greve.
Mas não é assim, infelizmente.
Alguns há que farão greve porque a isso serão obrigados, nomeadamente por escassez de transporte para o seu local de trabalho. Entrarão no número de grevistas, mas são, digamos assim, grevistas à força.
Outros há que gostariam de fazer greve mas estão proibidos de fazê-la. Proibidos sem aspas.
Não me estou a referir aos trabalhadores de serviços mínimos, estou-me a referir, como o leitor bem sabe, aos milhares de contratados e precários que existem cada vez mais no nosso país. Se faltarem no dia 24, mesmo que seja com pedido de desconto do dia nas férias, na sexta-feira ou o mais tardar no final do mês, têm a sentença lida: Rua!
Serão trabalhadores à força... Do medo!
A greve, apesar de geral, é infelizmente apenas para alguns. Ou seja, é para quem pode.
A greve não está nem nunca esteve ao alcance de todos.
Não é um direito de todos.
E todos sabemos isso.
Mas preferimos olhar para o lado e assobiar.
Devíamos ter vergonha de nós próprios.

 

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