quarta-feira, 9 de junho de 2010

Sem Crédito

 
Há cerca de dez anos, mais coisa menos coisa, a Caixa de Crédito Agrícola de Beja fez uma campanha de angariação de clientes junto de reformados e pensionistas de Quintos. A oferta da Caixa Agrícola era interessante: “abram conta na Caixa Agrícola e optem pela transferência bancária das vossas reformas que nós comprometemo-nos a mensalmente vir aqui efectuar o pagamento da vossa reforma”.

Escusado será dizer que a esmagadora maioria dos reformados de Quintos aceitou com ambas as mãos tão grata benesse. Mesmo aqueles que já tinham optado pela transferência da bancária da reforma para outras instituições bancárias transferiram as suas contas para a Caixa Agrícola.

A Junta de Freguesia de Quintos, porque achou a acção de interesse público, cedeu as instalações para o efeito.
O contrato entre a Caixa Agrícola e os reformados foi apenas de palavra. Para um antigo assalariado rural – muitos nem sabem ler ou escrever – a palavra vale muito. Vale tudo. Para quem está de má-fé a palavra vale enquanto interessar.

A Caixa Agrícola de Beja deixou de ter interesse nos reformados e pensionistas de Quintos. Este mês – Junho – será a última vez que pagará reformas em Quintos. Informaram os clientes que futuramente têm que ir receber as suas reformas a outro lado: Cabeça Gorda, Beja, Mértola, etc.

A desculpa para o encerramento do serviço, mas que não convence ninguém, é o medo do assalto(?!). O que se comenta é que este serviço, efectuado após o horário normal de trabalho, não era pago aos funcionários e estes disseram basta.

É com lágrimas nos olhos que me confrontam com esta terrível notícia na esperança de eu lhes apresentar uma solução para tão grave problema.

Lembro-lhes que a Junta de Freguesia tem o dever e a obrigação de solucionar o caso.

Puro engano.

A Junta de Freguesia já informou que a Caixa Agrícola não é sua propriedade e como tal nada pode fazer.

Bonita justificação.

É o descrédito de uma instituição que já teve crédito, e muito, em Quintos – a Caixa de Crédito Agrícola de Beja.

É a desacreditação de uma instituição que devia ser de referência para os mais necessitados – a Junta de Freguesia.

 

7 comentários:

Anónimo disse...

Exm.º Sr. para quem se diz conhecedor de Quintos, deixe-me dizer-lhe que comete muitas imprecisões nos textos que aqui escreve sobre a aldeia.

No caso em concreto e porque o Sr. acredita no diz que disse ao invés de se informar junto de quem conhece a situação, comete novamente uma bacorada.

Para sua informação, e ao contrário do que pretende passar neste post, a junta de freguesia sempre procedeu ao pagamento das reformas de todas as pessoas que o solicitaram e acredito que assim continuará a fazer.

Mais, a Casa do Povo não é pertença da Junta de Freguesia, pelo que tenho não entendo como poderia ter cedido instalações que não são sua propriedade.

Assim lhe deixo estes esclarecimentos para o que achar conveniente, porque entendo que estas imprecisões que relatou em nada servem para a nossa aldeia.

S Maria disse...

Ilustre «Anónimo»
Os meus agradecimentos pelos seus esclarecimentos.
Só que não fiquei esclarecida.
Sobre o cerne do meu post o Ilustre «Anónimo» nada diz e apenas deambula pelo acessório. Certamente por falta de tempo, ou terá sido intencional?!
A Casa do Povo não é da Junta de Freguesia. É verdade. Mas o que eu escrevi não é mentira por mais paradoxal que possa parecer a quem não é de Quintos. Não é o seu caso. Nem o meu.
A Junta de Freguesia de Quintos nunca pagou reformas, como você sabe tão bem quanto eu.
Quanto à linguagem de pecuária que o Ilustre «Anónimo» aprecia, lamento desapontá-lo, mas a minha educação cívica e cristã impede-me de a comentar.
Li e reli o primeiro período do seu comentário. Não consegui compreende-lo. Peço desculpa.
Passe bem.
S Maria

Anónimo disse...

Boa tarde

Mais uma vez o que escreve não está correcto.

Caso se deslocasse a Quintos, ou conhecesse a população saberia que a Junta de Freguesia paga as reformas de todos aqueles que o solicitam, assim com troca cheques, vales postais ou quaisquer outros meios de pagamento.

Mais, caso não saiba, na Junta de Freguesia existe um posto dos correios, onde é prestado esse serviço.

No que se refere ao facto de a Caixa Agrícola deixar de ir a Quintos, como deve compreender esse é um assunto entre particulares regido por um contrato de adesão, onde se encontram vertidos os principios que regem essa relação, pelo que não vejo onde a Junta de Freguesia possa ser vista nesse assunto. Ao que é possível saber a Junta de Freguesia não é parte desse contrato ou é? Tambem não vejo em que situação a JF poderia "obrigar", a caixa agricola a vir pagar as reformas a Quintos.

Deixo no entanto um pedido, aos administradores deste fórum, tão ilustres cidadãos de Quintos, porque não nos dizem como é que aí nas vossas importantes cidades e países, resolvem estes problemas? Os bancos vão pagar as reformas às aldeias? As juntas de freguesia ou as Câmaras pagam as reformas das pessoas?

Digam então qual é na vossa opinião a forma de ultrapassar este problema. Sim, porque isto de apontar o dedo e não dar soluções é muito facil.

Cumprimentos

S Maria disse...

Boa noite
Antes da Caixa Agrícola de Beja vir fazer de samaritana para Quintos as reformas eram pagas, maioritariamente, no comércio local: mercearias de José Cordeiro Vaz, José Manuel Venes, António Venes e Francisco Fernandes Ramos. A Junta de Freguesia NUNCA pagou reformas.
Mais tarde, a Junta de Freguesia de Quintos assina um protocolo com os Correios de Portugal em que disponibiliza o seu local e funcionários à prestação de alguns serviços de correio, nomeadamente, aceitação de encomendas postais, correio registado, pagamento de vales de correio, entre outros.
É a partir desta data, curiosamente coincidente com a data em que a Caixa Agrícola começa a pagar as reformas, que a Junta de Freguesia começa, também ela, a pagar reformas, isto é, a pagar vales de correio que era a forma como então os reformados recebiam a sua pensão. Este pagamento está inserido no protocolo celebrado com os CTT e não numa actividade paralela da Junta de Freguesia.
Soluções para o problema que a Caixa Agrícola criou: há várias. Uma delas passa pela Junta de Freguesia disponibilizar as viaturas em que transporta os seus jogadores de futebol, para, mensalmente, os reformados irem receber as suas pensões à Cabeça Gorda ou a Beja.
Como deve calcular esta não é a solução da minha Junta de Freguesia ou Câmara. Se quer a opinião deles, faça favor: Ana Rosa Soeiro - Junta de Freguesia (S João Baptista), Jorge Pulido Valente (CM Beja).
Estive em Quintos na passada 2ª feira, pouco depois da Caixa ter efectuado a sua última visita a Quintos. Não vi nas pessoas com quem falei - e não foram assim tão poucas - a tranquilidade que o Sr. quer fazer passar.
Há preocupação nas pessoas. Há insegurança, e não daquela que a Caixa Agrícola quis vender, mas de como poderão receber a migalha que o Estado lhes dá.
Há também uma sensação de desprezo por parte de quem devia e podia lhes dar a mão.
Passe bem.
S Maria

Anónimo disse...

Boa tarde

Mas diga-me S Maria, se a Junta de Freguesia ou os correios pagam as reformas, porque haverá de uma viatura deslocar-se à Cabeça Gorda?

Serei eu que estou a ver mal, ou está o Sr(a) a criar um falso problema?

Quanto ao que afirma que a Junta de Freguesia nunca pagou reformas, ir-me-ei informar e oportunamente responder-lhe-ei porque penso que isso não é verdade.

Se olharmos para as mercearias e tabernas que indica e sendo que a maioria já fechou à mais de dez anos com excepção da do Sr Francisco Fernandes Ramos, e sendo que o protocolo dos CTT é mais recente, não estou a ver como recebiam as pessoas as suas reformas.

Só mais uma pergunta, já que está tão bem informado(a), já alguem solicitou esse serviço de transporte á Junta, e esta disse que não fazia?

Cumprimentos e passe bem.

Cumprimentos

S Maria disse...

Boa noite
Como não sou médica oftalmologista não me vou pronunciar pela sua acuidade visual. Como nunca o vi com óculos, salvo de sol, presumo que não tenha problemas de visão.
Donde se conclui que estou a criar um falso problema.
A minha ignorância é enorme e por isso peço humildemente desculpa. Não fazia a mais pálida ideia que a Junta de Freguesia de Quintos podia pagar reformas que são efectuadas por transferência bancária. Acontece aos melhores …
Como não sou versada em vinhos a minha referência era apenas de mercearias e não de tabernas, apesar de dois dos citados terem acumulado ambas as funções.
Lembro-me, porque sou desse tempo (você não), das pessoas dirigirem-se, curvados e de chapéu na mão, a Sua Excelência o Presidente da Junta de Freguesia a solicitar um misero atestado. Hoje, uma Junta de Freguesia é para ir de encontro às pessoas e não esperar que as pessoas venham de encontro a ela.
Com este meu comentário, dou – pela minha parte – por encerrado este assunto. Todavia, quero expressar-lhe a si, «Anónimo», a minha gratidão pelos seus comentários. Temos pontos de vista diferentes de ver um problema. E ainda bem! Se pensássemos todos de forma igual o Mundo não teria graça nenhuma.
Passe bem. Sempre.
S Maria

Anónimo disse...

Darei também por terminada esta nossa troca de comentários com o seguinte.

Não será mais facil as pessoas mudarem a forma como recebem as pensões para vales postais e acabarem com este falso problema?

Cumprimentos