quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Amigos


Todos temos amigos, uns mais outros menos mas não há ninguém que não tenha amigos. Fica-nos sempre bem defender os nossos amigos mas nunca devemos perder do horizonte a linha que nos separa do exagero, por vezes, nas situações mais extremas, do ridículo.
Os nossos amigos - tal como nós - também erram, não são santos, felizmente.
Vem isto a propósito dos amigos de José Sócrates, ou pelo menos, daqueles que fazem o seu julgamento na praça pública (à semelhança dos seus detratores).
Sem outros considerandos, apenas afirmo que subscrevo, transcrevo um pequeno trecho da crónica de Ricardo Araújo Pereira na revista Visão de hoje:

«Guardo a minha afeição para um conjunto de coisas realmente importantes, ao qual não pertencem actuais ou antigos primeiros-ministros. Eu gosto, por exemplo, de arroz doce. Mas não se pense que simpatizo especialmente com gelatina. No entanto, se uma taça de gelatina ou um prato de arroz doce forem acusados de corrupção, branqueamento de capitais e burla agravada, espero que tenham um julgamento justo. Não virei para a rua gritar que o arroz doce é inocente e que a gelatina nunca me enganou.»


Ilustração: João Fazenda in  Visão