Brincar é
um Direito da criança, transcrever este texto é uma Obrigação
nossa.
É com uma
forma simples e muito bonita que a Drª Sara Cardoso nos convida a
brincar com os nossos filhos, para bem deles, para bem de nós
também.
Sem mais
delongas, eis o texto:
Brinque,
brinque muito!
Brincar
é um DIREITO e uma necessidade da criança. Esta é a atividade mais
importante que ela deverá realizar. Através do brincar, a criança
está a conhecer o mundo, a testar as suas capacidades físicas e
intelectuais, a conhecer as funções e papéis sociais, a aprender
as regras, a colher os resultados do que faz, a fortalecer a
resiliência e autoconfiança, a registar o que deve ou não repetir
nas próximas vezes, a gerir as emoções, a experimentar o fracasso
e a vitória, a desenvolver a coordenação motora e as capacidades
visuais e auditivas, o seu raciocínio criativo e a sua inteligência,
estimulando assim competências-chave para o desenvolvimento do
espírito empreendedor.
Brincar é
das atividades que mais prazer e bem-estar proporciona. Recorde-se da
sua infância e do quanto era divertido brincar. A infância é uma
altura mágica de alegres descobertas e experiências enriquecedoras.
O que você proporcionar aos seus filhos será uma dádiva que
permanecerá para toda a vida. Ter a capacidade e disponibilidade
para brincar é um presente de amor, os seus filhos vão respeitá-lo,
admirá-lo e amá-lo ainda mais. Assim, entre no mundo da fantasia,
vai sentir-se mais livre, alegre e com mais energia.
Sem
imaginação, não há aprendizagem. Os grandes cientistas da
história da humanidade foram todos muito criativos. Para inovarmos
temos de nos alimentar de abstração, e as brincadeiras são um
ótimo catalisador. Já dizia Einstein “O conhecimento é limitado.
A imaginação abrange o mundo inteiro.”
Foto:
©melbia/stock.xchng
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Quando
brinca com os seus filhos, obtém um conhecimento mais profundo da
criança, dos seus gostos e interesses, dos seus pontos fortes e das
vulnerabilidades, além de que aumenta o grau de confiança, e o
vínculo afetivo. É importante passar tempo com os seus filhos,
partilharem uma experiência mútua. Descubra algo que o apaixone, um
interesse comum, e deixe que os seus filhos vejam como se diverte.
Juntos vão criar memórias únicas de muita cumplicidade, alegria e
boa disposição.
Recordo-me
do quanto fui feliz em família, de correr pelos campos de trigo, de
brincar às apanhadas, de me esconder atrás dos sobreiros, dos
passeios de bicicleta à beira-mar, de fazer puzzles junto à
lareira, das noites em que adormecíamos a contar estrelas cadentes,
da pescaria na barragem, das batotices no monopólio, das torres de
legos, de andar às cavalitas, de fazer colares de conchas, das
jogatinas de cartas, da coleção de cromos e muitas outras… Estas
e outras atividades podem tornar a sua família mais forte, unida e
divertida. Que memórias está a construir com a sua família?
Escute os
seus filhos e desça ao mundo deles. Como dizia Saint Exupéry em “O
Principezinho”, os adultos acham-se sérios de mais e perdem-se por
conta disso. Perdemos o brilho, perdemos esperança, perdemos amor
quando paramos de brincar.
E você, há quanto tempo não brinca?
Sara de
Sousa Cardoso
Supervisora
Pedagógica
da Escola de Pais
in revista Start & Go de
julho/agosto de 2013
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