quarta-feira, 21 de março de 2012
Os novos boys
O que é necessário para ser boy?
Inteligência?
- Na ótica do utilizador.
Saber?
- Sim, saber ler e escrever.
...
Os novos boys só servem, tal como os antigos, para fazer corar a gente séria que o governo tem.
Todos os governos têm gente séria - uns mais, outros menos - mas todos têm.
Vem isto a propósito do post de João Pinto e Castro no blogue Jugular que transcrevo com a devida vénia e sem mais comentários.
O limpa-neves do Público
O profissional da indignação Pedro Lomba ficou em estado de choque ao descobrir no relatório da Inspeção de Finanças que em certa escola foram descobertas coisas escabrosas como "iluminação decorativa", "estores eléctricos" e "iluminações de parede".
O deslumbramento do Lomba por tudo o que envolve electricidade levou-o a esquecer-se de denunciar que há até estabelecimentos com aquecimento central e que, noutros, nem sequer chove lá dentro.
Além do mais - pasme-se - a Parque Escolar gastou 15 mil euros (15 mil!) em trabalhos de design e publicidade, verba milionária capaz de dar a volta ao miolo a um semi-proletáriario que ganha o seu sustento torturando mentes adolescentes na Faculdade de Direito de Lisboa.
Mas o ponto mais notável do artigo é a frase de abertura, onde o hábil escriba compara esses luxos escolares aos "reluzentes limpa-neves" do aeroporto de Luanda.
Se o moço tivesse querido informar-se, teria sabido que a história é falsa: jamais houve um limpa-neves (muito menos vários) no aeroporto de Luanda; o que houve foi uma fraude de empresários portugueses envolvendo diversas facturas falsas, uma das quais mencionava o tal limpa-neves.
Verdade ou mentira, porém, isso pouco interessa, desde que se produza o desejado efeito de fazer salivar de gozo os racistas que o Lomba procura divertir.
Não havendo limpa-neves em Luanda, existe, porém, um no Público, que, no caso vertente, assume a forma de um calhau com olhos.
João Pinto e Castro in Jugular 21/03/2012
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